Lindo"

domingo, 11 de agosto de 2013

Aula: Condições, Eficácia e Ação da Prece


Aula: Condições, Eficácia e Ação da Prece
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 27 itens 01 a 15
I.      Prece.
  II. Acolhida e Harmonização.  Duração – no máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem suave. Quando as crianças entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo, fecharem os olhos e prestar atenção na música.
2 – Relaxamento e respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a concentrar sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca cerrada, retendo o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração, utilizado diariamente possibilita uma renovação orgânica e, em consequência, maior vitalidade.

 III. Introdução à Aula:
1.    Quem aqui gosta de conversar? Hoje nós vamos aprender que existe uma maneira de conversarmos com alguém muito importante: Deus. Podemos, também, por essa forma, conversar com o nosso anjo guardião, nosso mentor espiritual, os bons espíritos que nos ajudam e nossos familiares desencarnados. Sabem como? Através da prece. Vocês sabem o que é a prece? Como fazer uma prece?

2.    Agora eu quero que vocês prestem muita atenção no recado que nos mandaram de longe:
(Ligar um rádio mal sintonizado, e deixar que a dissonância do som comece a incomodar os Evangelizandos).
Vocês entenderam o recado? Por que?
Coloque uma pequena mensagem gravada, de um poema ou pensamento bonito.
Agora todo mundo entendeu?
3.    Dê um pequeno pedaço de chocolate para cada Evangelizando, explicando que deverão engoli-lo muito rápido, sem mastigar. Depois, dê mais um pedaço, pedindo que eles saboreiem, deixem o chocolate derreter na boca. Perguntar qual a diferença.
4.   Explicar que uma prece deve ser feita com amor, concentração e cuidado. Devemos orar com palavras vindas de nosso coração. Rezar rapidamente com palavras repetidas e sem prestar atenção ao que está dizendo é a mesma coisa que transmitir uma mensagem fora da faixa de sintonia, como foi o som que os Evangelizandos ouviram do rádio mal sintonizado. Da mesma forma, ao prestar atenção e não ter pressa em degustar o chocolate todos puderam sentir a riqueza de seu sabor, o que não aconteceu quando engoliram de uma vez só. Orar com pressa e sem atenção é a mesma coisa que engolir um alimento sem  saboreá-lo.

IV. Dinâmica.
Recortar as palavras da frase abaixo em cartões. Espalhá-los sobre a mesa e pedir para as crianças formarem a frase.
“A prece é a o instrumento que temos para chegar ao Criador. É o meio de comunicação com Deus e com a espiritualidade superior.” 

V. Atividades
1. Contar a seguinte história:
PRÊMIO AO SACRIFÍCIO

Era uma vez, no Mundo Espiritual, três irmãos dedicados a Jesus. Eles leram no evangelho que cada homem receberá, sempre, de acordo com as próprias obras, e prometerem cumprir as lições de Jesus, na futura encarnação. E vieram para a Terra, através de um novo corpo.

2: - O primeiro colocou - se na indústria da construção e de tal modo se aplicou no serviço, que em breve passou à condição de interessado nos lucros administrativos. Dentro de 25 anos, era chefe da organização e adquiriu títulos de verdadeiro benfeitor do povo. Ganhava dinheiro com facilidade e socorria infortunados e sofredores. Dividia o trabalho e distribuía os lucros com justiça e bondade.

3: - O segundo estudou muito e tornou - se juiz famoso. Embora gozasse de respeito e de estima dos contemporâneos, jamais olvidou os compromissos que assumira à frente do Evangelho.
Defendeu os humildes, auxiliou os pobres e libertou os prisioneiros perseguidos pela maldade. De juiz tornou - se legislador e cooperou na confecção de leis benéficas. Viveu sempre honrado, rico, feliz, correto e digno.

4: - O terceiro, porém, era paralítico. Mão podia usar a inteligência com facilidade. Não poderia comandar uma fábrica, nem dominar um tribunal. Tinha as pernas mirradas. O leito e a cadeira de rodas era a sua residência. Lembrou, contudo, que poderia fazer um serviço de oração e começou a tarefa pela humilde mulher que lhe fazia limpeza doméstica. Viu-a triste e lacrimosa e procurou conhecer-lhe as mágoas com discrição e
fraternidade. Confortou-a com ternura de um irmão.
Convidou-a a orar e pediu para ela as bênçãos divinas.
Bastou isso e, em breve, trazidos pela servidora reconhecida, outros sofredores vinham rogar-lhe o concurso da prece. O aposento singelo encheu-se necessitados Orava em companhia de todos. Comentava os benefícios da dor, expunha suas esperanças no Reino Divino. Dava de si mesmo, gastando emoções e energias no serviço do bem. Tanto sofreu com as dores alheias que chegou a se esquecer e tanto trabalhou, que perdeu o dom da vista.
Cego, contudo, não ficou sozinho. Prosseguiu colaborando com os sofredores, através da oração, ajudando-os cada vez mais.
DESENCARNARAM OS TRÊS IRMÃOS, com idades avançadas, com pequenas diferenças de tempo.

Quando se reuniram na VIDA ESPIRITUAL, veio um Espírito Superior examinar-lhes as obras com uma balança.
O Industrial e o juiz traziam grande bagagem, que se constituía de várias bolsas, recheadas com dinheiro e com as sentenças que haviam distribuído em beneficio de muitos. O Servidor da prece, o ex-paralítico, trazia apenas um pequeno livro, onde costumava escrever suas rogativas.
O PRIMEIRO foi abençoado pelo conforto que espalhou com os necessitados e o SEGUNDO foi também louvado pela justiça que semeara sabiamente.
Quando o Espírito Superior, porém, abriu o livro do ex-paralítico, dele saiu urna grande luz, que tudo envolveu numa coroa resplandecente.
A BALANÇA foi incapaz de medir-lhe a grandeza. Então, o mensageiro de luz falou - lhe, feliz:
– Teus irmãos são benditos na Casa do Pai pelos recursos que distribuíram, em favor do próximo, mas, em verdade, não é muito difícil ajudar com o dinheiro e com a fama que se multiplicam facilmente no mundo.  Seja, porém, bem-aventurado, porque deste de ti mesmo, no amor santificante. Gastaste as mãos, os olhos, o coração, as forças, os sentimentos e o tempo a beneficio dos semelhantes e a Lei do Sacrifício determina que a tua moradia seja mais alta.
 E o servidor humilde do povo foi conduzido a um plano mais elevado, de onde passou a exercer autoridade sobre nuita gente, com bondade e amor.
Autoria: Associação Municipal Espírita de Juiz de Fora.
2. Explicar aos Evangelizandos que a prece é a maneira pela qual, através do pensamento expresso ou não em palavras, a criatura se liga ao Criador. É o meio de comunicação com Deus e com os planos mais altos da vida.
         Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. Três situações podem ser propostas por meio de uma prece: louvar, pedir, agradecer.
3. Apresentar aos Evangelizandos um aquário com pedras, plantas e peixes:

         Para entendermos o que ocorre quando acontece uma prece, precisamos compreender que estamos mergulhados no Fluido Universal, que ocupa o espaço, todos os seres encarnados e desencarnados. Esse fluido é como a água desse aquário, que envolve tudo: as pedras, os peixes e as plantas. O fluido cósmico também envolve tudo o que existe, aqui e no plano espiritual. Nosso pensamento é energia. Olhem para o ventilador: está alio, mas parado. Só vai funcionar se eu ligar o botão para faazer a energia chegar até ele. Assim também acontece com nossa mente: ela é a energia que faz nossos pensamentos se moverem no fluido cósmico universal para chegar até os planos mais elevados.

         Deus, sendo onisciente, sabe o que precisamos. Mas a prece é necessária par que elevemos as nossas vibrações e criemos condições para o auxílio; atrai, ainda, os bons espíritos e permite que percebamos suas boas inspirações. Pedimos o que queremos, Deus nos dá o que precisamos. Querem ver?
 4. Montar em isopor o seguinte cenário:
    - um caminho,
    - uma gruta,
    - um riacho com uma ponte,
    - uma árvore
    - uma casa
    - bonecos: um homem, um cachorro, uma cobra,
    Pedir aos Evangelizandos para auxiliarem na encenação da seguinte história – combine que cada um será um personagem, e, na medida que a Evangelizadora for narrando a história, o Evangelizando deverá movimentar seu boneco pelo cenário:
Um dia nosso amado Mestre Jesus contou a seguinte história, intitulada A Resposta Celeste, para mostrar que Deus sempre ouve nossas orações, e as atende, não  da forma como queremos, mas daquela que for melhor para nós:
— Antigo instrutor dos Mandamentos Divinos ia em missão da Verdade Celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fôsse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.
Reparando que a solidão em plena Natureza era medonha, orou, implorando a proteção do Eterno Pai, e seguiu.
Noite fechada e sem luar, percebeu a existência de larga e confortadora cova, à margem da trilha em que avançava, e acariciando o animal que o seguia, vigilante, dispôs-se a deitar-se e dormir. Começou a instalar-se, pacientemente, mas espessa nuvem de moscas vorazes o atacou, de chofre, obrigando-o a retomar o caminho.
O ancião continuou a jornada, quando se lhe deparou volumoso riacho, num trecho em que a estrada se bifurcava. Ponte rústica oferecia passagem pela via principal, e, além dela, a terra parecia sedutora, porque, mesmo envolvida na sombra noturna, semelhava-se a extenso lençol branco.
O santo pregador pretendia ganhar a outra margem, arrastando o companheiro obediente, quando a ponte se desligou das bases, estalando e abatendo-se por inteiro.
Sem recursos, agora, para a travessia, o velhinho seguiu pelo outro rumo, e, encontrando robusta árvore, ramalhosa e acolhedora, pensou em abrigar-se, convenientemente, porque o firmamento anunciava a tempestade pelos trovões longínquos. O vegetal respeitável oferecia asilo fascinante e seguro no próprio tronco aberto. Dispunha-se ao refúgio, mas a ventania começou a soprar tão forte que o tronco vigoroso caiu, partido, sem remissão.
Exposto então à chuva, o peregrino movimentou-se para diante.
Depois de aproximadamente duas milhas, encontrou um casebre rural, mostrando doce luz por dentro, e suspirou aliviado.
Bateu à porta. O homem ríspido que veio atender foi claro na negativa, alegando que o sítio não recebia visitas à noite e que não lhe era permitido acolher pessoas estranhas. Por mais que chorasse e rogasse, o pregador foi constrangido a seguir além.
Acomodou-se, como pôde, debaixo do temporal, nas cercanias da casinhola campestre; no entanto, a breve espaço, notou que o cão, aterrado pelos relâmpagos sucessivos, fugia a uivar, perdendo-se nas trevas.
O velho, agora sozinho, chorou angustiado, acreditando-se esquecido por Deus e passou a noite ao relento. Alta madrugada, ouviu gritos e palavrões indistintos, sem poder precisar de onde partiam. Intrigado, esperou o alvorecer e, quando o Sol ressurgiu resplandecente, ausentou-se do esconderijo, vindo a saber, por intermédio de camponeses aflitos, que uma quadrilha de ladrões pilhara a choupana onde lhe fora negado o asilo, assassinando os moradores. Repentina luz espiritual aflorou-lhe na mente.
Compreendeu que a Bondade Divina o livrara dos malfeitores e que, afastando dele o cão que uivava, lhe garantira a tranquilidade do pouso.Informando-se de que seguia em trilho oposto à localidade do destino, empreendeu a marcha de regresso, para retificar a viagem, e, junto à ponte rompida, foi esclarecido por um lavrador de que a terra branca, do outro lado, não passava de pântano traiçoeiro, em que muitos viajores imprevidentes haviam sucumbido.
O velho agradeceu o salvamento que o Pai lhe enviara e, quando alcançou a árvore tombada, um rapazinho observou-lhe que o tronco, dantes acolhedor, era conhecido covil de lobos.
Muito grato ao Senhor que tão milagrosamente o ajudara, procurou a cova onde tentara repouso e nela encontrou um ninho de perigosas serpentes.
Endereçando infinito reconhecimento ao Céu pelas expressões de variado socorro que não soubera entender, de pronto, prosseguiu adiante, são e salvo, para desempenho de sua tarefa.
Nesse ponto da curiosa narrativa, o Mestre fitou Bartolomeu demoradamente e terminou:
O Pai ouve sempre as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas dele e aproveitá-las.
Autoria: Néio Lúcio – Jesus no Lar

5.    Das duas histórias que ouvimos, aquela primeira que eu contei e essa agora que encenamos, o que v0cês aprenderam?
6.   Dividir a turma em dois grupos e pedir para cada um fazer uma frase sobre a prece, escrevê-la em um cartaz, ilustrá-la e colocá-la no mural.

7. Cantar a música “Prece” do Grupo AME:


Agradecemos, Senhor, Senhor
Estes momentos de paz, de paz
Que te sentimos aqui, aqui
Em vibrações fraternais fraternais
Na estrada da vida
Conduz-nos ao bem
Na alegria ou na dor
Seja o amor
Nossa bandeira de luz
Amado Mestre Jesus
Seja o amor
Nossa bandeira de luz
Amado Mestre Jesus

Subsídios para o Evangelizador:
Qual a Eficácia da Prece?
A resposta a essa pergunta vai depender da posição de cada um em diversas questões relativas a Deus, sobretudo no que diz respeito à crença na sua existência e na interpretação dos atributos da divindade, variando então dos eu'>ateus, que não acreditam em Deus e, por conseguinte, nenhum valor dão à prece, passando pelos agnósticos, que reputam o absoluto como inacessível ou incognoscível ao espírito humano, para chegar aos teístas, que se dividem nos crentes irracionais e racionais, aqueles confiando cegamente até em milagres e os últimos fazendo toda crença passar pelo crivo da razão, como ocorre com o espírita.
Com quem estaria a razão?
Allan Kardec, através de interessante matéria intitulada Considerações sobre a prece no Espiritismo (publicada na Revista Espírita do mês janeiro de 1866), afirma que a questão da prece foi de há muito discutida, para que seja inútil aqui repetir o que se sabe a respeito. Se o Espiritismo proclama a sua utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar a sua eficácia e o modo de ação. Desde que, pelas leis dos fluidos, compreendemos o poder do pensamento, também compreendemos o da prece, que é, também, um pensamento dirigido para um fim determinado."
Mas, ainda assim poderíamos indagar se a prece é necessária, na medida em que muitas pessoas que não fazem nenhum tipo de prece, seja de louvor, de pedido ou de agradecimento, parecem permanentemente protegidas, enquanto que outras, que vivem rezando o tempo todo em templos, igrejas, casas e até nas ruas, enfrentam enormes dificuldades e aparentam que foram abandonadas pelo mais alto.
Na opinião de Kardec, não há dúvida de que a prece é "uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades”, porquanto, depois da prece, se a pessoa está fraca, sente-se mais forte e se está triste, mostra-se mais consolada, de forma que privá-la da prece seria tirar-lhe o “mais poderoso suporte moral na adversidade”.
Isto acontece porque o homem, através da prece, eleva sua alma e entra em comunhão com Deus, identifica-se com o mundo extra-físico e se desmaterializa, obtendo uma condição essencial para sua felicidade futura, ao passo que, “sem prece, seupensamentos ficam na terra, ligam-se mais e mais às coisas materiais. Daí um atraso no seu adiantamento”. Acrescentando que é um grave erro acreditar que a prece tem apenas e unicamente uma ideia de pedido, o mestre ensina que o "respeito da Divindade é um ato de adoração, de.humildade e de submissão, ao qual não se pode recusar, sem desconhecer o poder e a bondade do Criador”.
Não obstante essas ponderações de Allan Kardec; muitos espíritas pregam um Espiritismo sem prece, aos quais ele responde afirmando que o "Espiritismo deve as numerosas simpatias que encontra às aspirações do coração, e nas quais as consolações que se obtém na prece entram com larga parte. Uma seita que se fundasse na negação da prece, privar-se-ia do principal elemento de sucesso, a simpatia geral, porque, em vez de a elevar, rebaixá-la-ia. Se o Espiritismo deve ganhar em influência, é aumentando a soma de satisfações morais que proporciona. Que os que, a todo preço, querem o novo no Espiritismo, para ligar o seu nome a uma bandeira, esforcem‑se para dar mais que ele. Mas não é dando menos que o suplantarão. A, árvore despojada de seus frutos saborosos e nutritivos será sempre menos atraente que a que deles está carregada. É em virtude do mesmo princípio que sempre temos dito aos adversários do Espiritismo: o único meio de o matar é dar algo de melhor, mais dor'>consolador, que explique mais e mais satisfaça. É o que ninguém ainda fez”.Sendo assim, a “rejeição da prece, por parte de alguns crentes nas manifestações espíritas”, deve ser considerada como uma opinião isolada, que pode ligar algumas individualidades, mas que jamais ligará a maioria. Seria erro imputar tal doutrina ao Espiritismo, desde que ele ensina positivamente o contrário."
Em outra passagem, Kardec aborda a polêmica reinante` em torno da prece nas reuniões espíritas, explicando que ela se destina a uma predisposição "ao recolhimento, à seriedade, condição indispensável como se sabe, para as comunicações sérias", mas isso não significa que "essas reuniões sejam transformadas em assembleias religiosas", pois "o sentimento religioso não é sinônimo de profissionalismo religioso; deve-se mesmo evitar o que poderia dar às reuniões esse último caráter."
Por tal razão, o dor'>codificador desaprovava constantemente "as preces e os símbolos litúrgicos", porque não podemos jamais "esquecer que o Espiritismo deve tender à aproximação das diversas comunhões" porquanto não é raro ver nas reuniões espíritas sérias a confraternização de representantes de diferentes cultos, motivo pelo qual "ninguém deve arrogar-se a supremacia. Que cada um em particular ore como entender; é um direito de consciência‑ mas numa assembléia fundada sobre o princípio da caridade, devem abster-se de tudo o que pudesse ferir susceptibilidades e tender a manter um antagonismo que ao contrário, é preciso esforçar-se par o fazer desaparecer. Preces especiais no Espiritismo não constituem um culto distinto, desde que não sejam impostas e cada um seja livre de dizer as que lhe convém. Mas elas têm a vantagem de servir para todos e não chocar ninguém."
Por outro lado é importante não nos esquecermos dos Espíritos em nossas vibrações mentais, pois para eles a "prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia. Repeli-la é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente é, por si mesma, uma prece. Aliás, sabe-se que os que sofrem a reclamam com instância, como um alívio à suas penas. Se a pedem, então é que dela necessitam. Recusá-la é recusar um copo d' água ao infeliz que está com sede."
Diante do exposto, parece evidente que a discussão acerca da eficácia ou ineficácia da prece tem sua raiz no desconhecimento da sua real natureza, pois ficou claro que a prece feita com recolhimento e sem ritual ou liturgia é um poderoso instrumento de elevação espiritual, possibilitando que a pessoa se aproxime de Deus, alinhe-se com o plano superior e progrida moralmente, sem contar que, quando ela é destinada aos semelhantes - encarnados ou desencarnados, amigos ou inimigos - será sempre uma saudável manifestação de simpatia, amizade e até de amor fraterno.

Paz e luz!
Laura


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Aula: Prece – Modo de Orar – A ventura da prece


Aula: Prece – Modo de Orar – A ventura da prece
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 27 itens 22 e 23
I.      Prece.
  II. Acolhida e Harmonização.  Duração – no máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem suave. Quando as crianças entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo, fecharem os olhos e prestar atenção na música.
2 – Relaxamento e respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a concentrar sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca cerrada, retendo o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração, utilizado diariamente possibilita uma renovação orgânica e, em consequência, maior vitalidade.


 III. Introdução à Aula:
Levar os Evangelizandos para o pátio. Entregar a cada um um brinquedinho de fazer bolinhas de sabão. Se não tiver o brinquedo, um copinho com água e detergente e um canudinho servem bem. Pedir que eles façam muitas bolinhas de sabão, de variados tamanhos. Auxilie-os a observar as bolinhas, enfaizando: olhe como essa subiu alo! Olha, aquela estourou ao tocar no fulano...
Agora pedir aos Evangelizandos para pararem e prestarem atenção. Explicar que a prece não precisa ser decorada, mas sim de coração, pois, feita com amor, ela sobe, sobe até Deus... como a bolinha de sabão. Agora vamos trabalhar: imaginar que tudo o que queremos falar com Deus nós colocamos dentro da bolinha, quando sopramos. Ela vai subindo... (ir passando um por um, Ela vai subindo... (ir passando um por um, para cada um fazer suas bolinhas). Mostrar que nenhuma é igual a outra, por que as pessoas e seus desejos, agradecimentos, etc., são diferentes. Manter um longo diálogo com as crianças sobre essa vivência, até ter certeza que elas interiorizaram o ensinamento. Voltar para a sala de aula.

IV. Dinâmica.
Dizer aos Evangelizandos que agora irão brincar. Mostrar um objeto a eles. A dinâmica consiste em que eles deverão encontrar o objeto vendados. Poderá ser trabalhada individualmente ou em grupo, dependendo do número de alunos.
Depois desenhar um grande 8 no chão. Cada Evangelizando deverá percorrer a linha do 8 pulando com um só pé.
Por último, dar a cada Evangelizando uma bala que ele só poderá chupar se abri-la só com uma mão.
Reunir a turma em círculo e perguntar sobre as experiências. O que eles acharam? Foi divertido, mas foi fácil cumprir as tarefas? Fazer com que eles compreendam como são afortunados por terem seu corpo, sua casa, a escola, o Centro... Estimulá-los a ter gratidão a Deus por tudo o que possuem. Fazê-los entender que devem expressar essa gratidão na forma de oração. Dar o exemplo, iniciando uma peça de agradecimento por seu corpo perfeito, seus sentimentos, familiares, etc. Cada Evangelizando deverá participar da prece, agradecendo, por sua vez. Auxilie se eles não conseguirem, lembrando-os de quantos bens e dons possuem.

V. Atividades
1. Contar a seguinte história: (usar fantoche de vara)
Bolinhas de Amor
         Meu amiguinho Juninho, mora do lado da minha casa e estudamos juntos. Ele é muito legal, sempre empresta seus brinquedos, nunca respondeu para seus pais nem para ninguém, ajuda seus amigos, é obediente. Bom. Eu também sou assim e sei que você também deve ser...
         O Juninho sempre agradece ao Papai do céu por tudo o que ele tem, pela família, pelos amigos, pela saúde.
         Bom... Eu também agradeço e sei que você também deve agradecer...
         Mas o Juninho fazia a prece de maneira diferente. Todas as noites antes de deitar- se, Juninho pegava debaixo da sua cama uma canequinha com água e sabão e um canudinho... Ia até a janela e fazia MUITAS bolinhas de sabão. Depois fechava a janela apagava a luz e ia se deitar.
         Da minha casa dava para ver as bolinhas subindo, subindo...Quando estavam muito altas eram estouradas pelas pontas das estrelas.
         Um dia teve uma excursão na escola, fomos de ônibus para um acampamento. Foi muito legal! Brincamos de bola, nadamos, andamos a cavalo, comemos muitas coisas gostosas... Só paramos de brincar quando a professora disse que já era tarde e mandou todos irem para sua cabana dormir.
         Estava deitado quando Juninho veio desesperado me acordar. Queria que eu o ajudasse a encontrar um canudo e água com sabão. Decidi conversar com Juninho e descobrir que estória era essa de água com sabão.
         - Para que você quer água com sabão Juninho?!
         - Para fazer a minha prece, agradecer o dia maravilhoso que tivemos hoje. Como vou falar com o Papai do Céu se ele está lá em cima??! Nem se eu gritar com toda a minha força ele irá me escutar.
         Por isso eu faço os meus pedidos, converso com ele e agradeço através das bolinhas. O que eu falo fica dentro da bolinha e vai para o alto...Perto do Papai do céu e quando a bolinha estoura Ele consegue escutar!
         - Mas eu já fiz a minha prece e não precisei de água com sabão.
         - Não!!!?? Mas como falou com o Papai do céu então?!
         - Com o pensamento, com o coração.
         - E o pensamento, o coração vai até o céu como a bolinha de sabão?!
         - Não!! Vai bem mais alto que ela, vai para onde desejarmos que ele vá. O Papai do céu escuta o nosso coração, o nosso pensamento, por isso quando for fazer a sua prece é só pensar com amor, com carinho, orar de coração que o Papai do céu ira escutar você. E sempre lhe ajudará.
         - NOSSA! Eu não sabia disso!!
         - Então venha, vamos fazer a prece nós dois juntos, agradecendo o dia maravilhoso que tivemos. Fizemos a nossa prece e tivemos certeza que o Papai do céu escutou- nos e ficou muito feliz.
         E desse dia em diante nunca mais se viu, durante as noites, bolinhas de sabão saindo da janela do Juninho!
Autora - Regina Amélia de Oliveira.
2. Dizer aos Evangelizandos que eles vão conhecer um amigo (uma amiga) novo. Apresentar um fantoche com uma boca bem grande. Dizer a seguinte frase umas três vezes, uma atrás da outra, sem interrupção, , como se fosse o boneco falando, mas de uma forma super rápida, sem pontuação, de forma que ela fique ininteligível:
“Devemos orar com sentimento, fazendo as palavras brotarem do fundo de nosso coração, para que elas possam chegar até Deus”.
Repetir algumas vezes a brincadeira, aguardando a reação da turma.
Depois olhar para o fantoche e falar:
- Olha, Manuel, assim não dá. Não conseguimos entender nada do que você falou.
Fazer o boneco “responder”:
- Como não, se eu repeti várias vezes?
- Mas tão rápido que não entendemos, Manuel.
- Ah, é? Então vou falar devagar. (Fazer o Manuel dizer a frase devagar mas sem entonação, maquinalmente.)
- Olha, Manuel, agora entendemos as palavras, mas parece que você falou sem pensar, sem sentir, “da boca para fora”.
- Ah, é porque eu não estava prestando atenção, só repeti. Agora vou falar de verdade! Repetir novamente, com entonação e sentimento.
- Agora sim, todos nós entendemos.
Manuel - Assim também é com a oração. Se fizermos uma prece da boca para fora, rápido, só para dizer que fizemos, como nossos amigos espirituais vão ouvi-la e compreendê-la? Como ela chegará até Deus? Devemos orar com o coração, com sentimento e emoção. Não importa onde estejamos, mas sim nosso amor, nossa vontade. Entenderam, crianças?
Agora vamos nos despedir do Manuel. Tchau.
3. Dobradura de coração.
Distribuir retângulos de papel vermelho. Cada Evangelizando deverá fazer uma dobradura de coração. O Evangelizador fará um coração maior, junto com os Evangelizandos, para ir ensinando cada passo.


Quando as dobraduras ficarem prontas, pedir para eles deixarem sobre a mesa e sentarem-se em círculo.
 4. Coração quente:
Agora nós vamos brincar de batata quente, mas com o coração.
Colocar uma música e entregar o coração para as crianças, que deverão passá-lo de mão em mão. Quando a música parar, a criança que estiver com o coração deverá responder a pergunta.
Perguntas:
a)   O que é a prece?
b)   Quando devemos orar?
c)   Existe uma posição correta para orar?
d)   Uma prece comprida vale mais que uma curta?
e)   Rezar uma prece decorada é melhor que falar do coração?
Cada Evangelizando que responder uma pergunta corretamente deverá ganhar um pequeno brinde.
5. Entregar a cada Evangelizando uma folha A4 com um baçlão de fala desenhado e um espaço em branco. Cada Evangelizando deverá colar seu coração na folha, e escrever uma pequena prece no balão. No maternal ele dirão a prece e a Evangelizadora escreverá para eles. Os cartazes devrão ficar expostos ou poderão ser levados para casa, a critério da Evangelizadora.
6. Distribuir as atividades abaixo para serem preenchidas:


 7. Cantar a música “Súplica a Jesus” do Grupo AME:

Jesus, no silêncio da prece
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos do Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
Jesus, no silêncio da prece
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos di Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
E ir ao Teu encontro,
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz
E ir ao Teu encontro,
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz

Subsídios para o Evangelizador:
A Prece  - João Batista Armani
Ao iniciarmos uma doutrinária fazemos uma prece, ao encerrarmos fazemos uma prece, para os trabalhos de passe fazemos uma prece, ao deitarmos fazemos uma prece, ao levantarmos fazemos uma prece, fazemos uma prece nos momentos alegres; e oramos também nos momentos de aflição.
Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento, Por isso mesmo, pouco a valorizamos, e por vezes até a esquecemos.
Já o dissemos em outras ocasiões, que o Espiritismo é uma Doutrina de Tríplice aspecto, Ciência – Filosofia – Religião, mas é comum vermos trabalhos, palestras, cursos e etc, enfocarem quase que essencialmente as partes filosóficas e religiosas, deixando um pouco de lado o seu aspecto científico. É até um procedimento normal, uma vez que o Espiritismo é uma Doutrina relativamente jovem com aproximadamente 150 anos, e a análise de seus aspectos científicos requer conhecimentos básicos, sem os quais não entenderíamos as suas explicações, precisaríamos então ter noções de física, ciências, biologia, fluidos, magnetismo, eletromagnetismo, eletricidade, telecomunicações, etc. Mas nesse trabalho, passaremos uma pequena noção do seu aspecto científico.
Mas afinal, o que é a prece ?
Poderíamos dizer que a prece é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por que pensamentos? Porque são a origem da quase totalidade de nossas ações.(Primeiro pensamos depois agimos).
Poderíamos dizer também que a prece é uma invocação e que por meio dela pomos o pensamento em contato com o ente a quem nos dirigimos.
A prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora.
Pode-se orar para si ou para outrem.
O Espiritismo faz compreender a ação da prece explicando o processo da transmissão do pensamento: quer o ser por quem se ora venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele.
Para compreender o que se passa nessa circunstância, convêm considerar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no mesmo fluido universal que ocupa o espaço, como neste planeta estamos nós na atmosfera. O ar é o veículo do som com a diferença que as vibrações do ar são circunscritas ao planeta Terra, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece é ouvida pelos espíritos onde quer que estejam; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem as suas inspirações; que as relações se estabelecem a distância, etc.
Esta é sua visão científica.
Pela prece podemos fazer três coisas louvar, pedir e agradecer (LE, 659).
Mas o que isso significa exatamente?
Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo, causa primária de tudo o que existe, bendizendo-Lhe o nome.
Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor que rege e sustenta a Harmonia Universal.
Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a família, os amigos, a dádiva da vida.
As preces devem ser feitas diretamente ao Criador, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade. Quando se ora a outros seres além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus.
A prece torna o homem melhor porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LE 660).
O essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras.
Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem, atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se deseja fazer.
Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas (..) estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial.
Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supomos, podendo a resposta a uma prece vir por meios indiretos ou por meios de idéias com as quais saímos das dificuldades.
A prece em favor dos desencarnados não muda os desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes que compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o desencarnado é tal, que pode levá-lo à conscientização das faltas cometidas e ao desejo de fazer o bem:
É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664).
Qual a importância da prece?
Lembremo-nos de um exemplo prático. Se não limparmos periodicamente o nosso quintal, a sujeira se acumula, o mato cresce, e há a proliferação de bichos. No campo espiritual, se não limparmos o nosso psiquismo, os espíritos luminosos se afastam(mesmo que temporariamente), as trevas tomam conta favorecendo a ação de espíritos endurecidos.
Deus atende àqueles que oram com fé e fervor?
Deus envia-lhes sempre bons Espíritos para os auxiliarem. Não existem fórmulas especiais de orações. A bondade de Deus não está voltada para as fórmulas e o número de palavras, mas sim para as intenções de quem ora.
O que dizer das orações repetidas inúmeras vezes?
As intermináveis ladainhas e “PAI NOSSOS”, repetidos algumas vezes, as rezas pronunciadas com os lábios apenas, que o coração não sente e a inteligência não compreende, não têm valor perante Deus. Jesus disse: “Não vos assemelheis aos hipócritas que pensam que pelo muito falar serão ouvidos” (Mateus C6:V7). O essencial é orar bem e não muito.
Por que existe então, mesmo no espiritismo, orações ditadas por espíritos e publicadas em livros?
Para ensinar aos homens a raciocinar quando se dirigem a Deus e fazê-lo não só por meio de palavras, como também pelo sentimento e com inteligência. Estas orações não constituem rituais, uma vez que, no espiritismo não existem rituais de nenhuma espécie, nem formalismo.
Por quem devemos orar?
Primeiramente por nós mesmos, por nossos parentes, pelos nossos amigos e inimigos, deste e do outro mundo; devemos orar pelos que sofrem e por aqueles por quem ninguém ora.
O que pedir?
Em Mateus C26:V39, há a passagem amarga do Cristo, que antecedia as suas dores supremas no calvário , onde Ele nos diz: “ Pai, se quiserdes, afasta de mim este cálice, mas acima de tudo faça-se a Tua vontade e não a minha”. Demonstrava-nos o Mestre que as Leis Naturais são sábias e justas e que são aplicadas indistintamente. Assim, não peçamos “milagres ou prodígios”, mas tão somente forças para suportar aquilo que não está ao nosso alcance mudar, paciência, resignação, fé e coragem.
Formas da Prece
A prece deve ser curta e feita em segredo, no recôndito da consciência e em profunda meditação. Preces prolongadas ou repetidas, tornam-se cansativas, sonolentas e, muitas vezes, delas não participam o pensamento e o coração.
Assim, a condição da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, em pé, deitado, de luz acesa ou apagada, de olhos abertos ou fechado; desde que haja o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia harmoniosa. Por isto a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, dessa maneira o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.
Eficácia da Prece
Existem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça divina não é inflexível a ponto de não atender os que lhe fazem súplicas. Ocorre que existem determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram segundo os caprichos de cada um. Porém, isso não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à fatalidade. O homem desfruta do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua encarnação, pois Deus não lhe concedeu a inteligência e o entendimento para que não os utilizasse.
Existem acontecimentos na vida atual aos quais o homem não pode furtar-se; são conseqüências de falhas e deslizes de passado que necessitam de reajustes; é a aplicação da Lei de Causa e Efeito e isto explica porque alguns alegam que pedem benefícios a Deus, mas que nunca são concedidos; o que parece, a princípio, contrariar o ensinamento de Jesus citado em Marcos C11:V24 “O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que obtereis, e vos será concedido”.
Muitas coisas que na vida presente parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas. Contudo, o egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da prece.
Porém, seus efeitos ocorrem segundo os desígnios divinos: A curto prazo na medida em que consola, alivia os sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo prazo porque pelo pensamento edificante dá-se a aproximação das forças do bem a restaurar as energias de quem ora.
Àquele que pede, Deus está sempre pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação para enfrentar as dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com idéias que lhes são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-nos contudo o mérito da ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um milagre, pois a Providencia Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos, como asseverou o Mestre: “Ajuda-te e o céu te ajudará” (ESE, Cap. 27, item 7).
Portanto, de tudo o que foi dito anteriormente, podemos concluir que a eficácia da prece está na dependência da renovação íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.
“Vigiai e Orai” nos recomendou o Mestre (Mateus C26:V41).
Bibliografia:
Curso Básico do Espiritismo 1º Ano – FEESP.
Curso Básico do Espiritismo 2º Ano – FEESP.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec.

Laura.





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