Aula: Prece – Modo de Orar – A ventura da prece
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 27
itens 22 e 23
I. Prece.
II. Acolhida e Harmonização. Duração – no
máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem
suave. Quando as crianças entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo,
fecharem os olhos e prestar atenção na música.
2 – Relaxamento e respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a concentrar
sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca cerrada, retendo
o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração, utilizado diariamente
possibilita uma renovação orgânica e, em consequência, maior vitalidade.
III. Introdução à Aula:
Levar os Evangelizandos para o pátio. Entregar a cada um um
brinquedinho de fazer bolinhas de sabão. Se não tiver o brinquedo, um copinho
com água e detergente e um canudinho servem bem. Pedir que eles façam muitas
bolinhas de sabão, de variados tamanhos. Auxilie-os a observar as bolinhas,
enfaizando: olhe como essa subiu alo! Olha, aquela estourou ao tocar no
fulano...
Agora pedir aos Evangelizandos para pararem e prestarem
atenção. Explicar que a prece não precisa ser decorada, mas sim de coração,
pois, feita com amor, ela sobe, sobe até Deus... como a bolinha de sabão. Agora
vamos trabalhar: imaginar que tudo o que queremos falar com Deus nós colocamos
dentro da bolinha, quando sopramos. Ela vai subindo... (ir passando um por um, Ela vai subindo... (ir passando um por um, para
cada um fazer suas bolinhas). Mostrar que nenhuma é
igual a outra, por que as pessoas e seus desejos, agradecimentos, etc., são
diferentes. Manter um longo diálogo com as crianças sobre essa vivência,
até ter certeza que elas interiorizaram o ensinamento. Voltar para a sala de
aula.
IV. Dinâmica.
Dizer aos Evangelizandos que agora irão brincar. Mostrar um
objeto a eles. A dinâmica consiste em que eles deverão encontrar o objeto
vendados. Poderá ser trabalhada individualmente ou em grupo, dependendo do
número de alunos.
Depois desenhar um grande 8 no chão. Cada Evangelizando
deverá percorrer a linha do 8 pulando com um só pé.
Por último, dar a cada Evangelizando uma bala que ele só
poderá chupar se abri-la só com uma mão.
Reunir a turma em círculo e perguntar sobre as
experiências. O que eles acharam? Foi divertido, mas foi fácil cumprir as
tarefas? Fazer com que eles compreendam como são afortunados por terem seu
corpo, sua casa, a escola, o Centro... Estimulá-los a ter gratidão a Deus por
tudo o que possuem. Fazê-los entender que devem expressar essa gratidão na
forma de oração. Dar o exemplo, iniciando uma peça de agradecimento por seu
corpo perfeito, seus sentimentos, familiares, etc. Cada Evangelizando deverá
participar da prece, agradecendo, por sua vez. Auxilie se eles não conseguirem,
lembrando-os de quantos bens e dons possuem.
V. Atividades
1. Contar a seguinte
história: (usar fantoche de vara)
Bolinhas de Amor
Meu
amiguinho Juninho, mora do lado da minha casa e estudamos juntos. Ele é muito
legal, sempre empresta seus brinquedos, nunca respondeu para seus pais nem para
ninguém, ajuda seus amigos, é obediente. Bom. Eu também sou assim e sei que
você também deve ser...
O Juninho sempre agradece ao Papai do céu por tudo o que ele tem, pela família, pelos amigos, pela saúde.
Bom... Eu também agradeço e sei que você também deve agradecer...
Mas o Juninho fazia a prece de maneira diferente. Todas as noites antes de deitar- se, Juninho pegava debaixo da sua cama uma canequinha com água e sabão e um canudinho... Ia até a janela e fazia MUITAS bolinhas de sabão. Depois fechava a janela apagava a luz e ia se deitar.
Da minha casa dava para ver as bolinhas subindo, subindo...Quando estavam muito altas eram estouradas pelas pontas das estrelas.
Um dia teve uma excursão na escola, fomos de ônibus para um acampamento. Foi muito legal! Brincamos de bola, nadamos, andamos a cavalo, comemos muitas coisas gostosas... Só paramos de brincar quando a professora disse que já era tarde e mandou todos irem para sua cabana dormir.
Estava deitado quando Juninho veio desesperado me acordar. Queria que eu o ajudasse a encontrar um canudo e água com sabão. Decidi conversar com Juninho e descobrir que estória era essa de água com sabão.
- Para que você quer água com sabão Juninho?!
- Para fazer a minha prece, agradecer o dia maravilhoso que tivemos hoje. Como vou falar com o Papai do Céu se ele está lá em cima??! Nem se eu gritar com toda a minha força ele irá me escutar.
Por isso eu faço os meus pedidos, converso com ele e agradeço através das bolinhas. O que eu falo fica dentro da bolinha e vai para o alto...Perto do Papai do céu e quando a bolinha estoura Ele consegue escutar!
- Mas eu já fiz a minha prece e não precisei de água com sabão.
- Não!!!?? Mas como falou com o Papai do céu então?!
- Com o pensamento, com o coração.
- E o pensamento, o coração vai até o céu como a bolinha de sabão?!
- Não!! Vai bem mais alto que ela, vai para onde desejarmos que ele vá. O Papai do céu escuta o nosso coração, o nosso pensamento, por isso quando for fazer a sua prece é só pensar com amor, com carinho, orar de coração que o Papai do céu ira escutar você. E sempre lhe ajudará.
- NOSSA! Eu não sabia disso!!
- Então venha, vamos fazer a prece nós dois juntos, agradecendo o dia maravilhoso que tivemos. Fizemos a nossa prece e tivemos certeza que o Papai do céu escutou- nos e ficou muito feliz.
E desse dia em diante nunca mais se viu, durante as noites, bolinhas de sabão saindo da janela do Juninho!
O Juninho sempre agradece ao Papai do céu por tudo o que ele tem, pela família, pelos amigos, pela saúde.
Bom... Eu também agradeço e sei que você também deve agradecer...
Mas o Juninho fazia a prece de maneira diferente. Todas as noites antes de deitar- se, Juninho pegava debaixo da sua cama uma canequinha com água e sabão e um canudinho... Ia até a janela e fazia MUITAS bolinhas de sabão. Depois fechava a janela apagava a luz e ia se deitar.
Da minha casa dava para ver as bolinhas subindo, subindo...Quando estavam muito altas eram estouradas pelas pontas das estrelas.
Um dia teve uma excursão na escola, fomos de ônibus para um acampamento. Foi muito legal! Brincamos de bola, nadamos, andamos a cavalo, comemos muitas coisas gostosas... Só paramos de brincar quando a professora disse que já era tarde e mandou todos irem para sua cabana dormir.
Estava deitado quando Juninho veio desesperado me acordar. Queria que eu o ajudasse a encontrar um canudo e água com sabão. Decidi conversar com Juninho e descobrir que estória era essa de água com sabão.
- Para que você quer água com sabão Juninho?!
- Para fazer a minha prece, agradecer o dia maravilhoso que tivemos hoje. Como vou falar com o Papai do Céu se ele está lá em cima??! Nem se eu gritar com toda a minha força ele irá me escutar.
Por isso eu faço os meus pedidos, converso com ele e agradeço através das bolinhas. O que eu falo fica dentro da bolinha e vai para o alto...Perto do Papai do céu e quando a bolinha estoura Ele consegue escutar!
- Mas eu já fiz a minha prece e não precisei de água com sabão.
- Não!!!?? Mas como falou com o Papai do céu então?!
- Com o pensamento, com o coração.
- E o pensamento, o coração vai até o céu como a bolinha de sabão?!
- Não!! Vai bem mais alto que ela, vai para onde desejarmos que ele vá. O Papai do céu escuta o nosso coração, o nosso pensamento, por isso quando for fazer a sua prece é só pensar com amor, com carinho, orar de coração que o Papai do céu ira escutar você. E sempre lhe ajudará.
- NOSSA! Eu não sabia disso!!
- Então venha, vamos fazer a prece nós dois juntos, agradecendo o dia maravilhoso que tivemos. Fizemos a nossa prece e tivemos certeza que o Papai do céu escutou- nos e ficou muito feliz.
E desse dia em diante nunca mais se viu, durante as noites, bolinhas de sabão saindo da janela do Juninho!
Autora - Regina Amélia de Oliveira.
2. Dizer aos Evangelizandos que eles vão conhecer um amigo
(uma amiga) novo. Apresentar um fantoche com uma boca bem grande. Dizer a
seguinte frase umas três vezes, uma atrás da outra, sem interrupção, , como se
fosse o boneco falando, mas de uma forma super rápida, sem pontuação, de forma
que ela fique ininteligível:
“Devemos orar com sentimento, fazendo as palavras brotarem
do fundo de nosso coração, para que elas possam chegar até Deus”.
Repetir algumas vezes a brincadeira, aguardando a reação da
turma.
Depois olhar para o fantoche e falar:
- Olha, Manuel, assim não dá. Não conseguimos entender nada
do que você falou.
Fazer o boneco “responder”:
- Como não, se eu repeti várias vezes?
- Mas tão rápido que não entendemos, Manuel.
- Ah, é? Então vou falar devagar. (Fazer o Manuel dizer a
frase devagar mas sem entonação, maquinalmente.)
- Olha, Manuel, agora entendemos as palavras, mas parece
que você falou sem pensar, sem sentir, “da boca para fora”.
- Ah, é porque eu não estava prestando atenção, só repeti.
Agora vou falar de verdade! Repetir novamente, com entonação e sentimento.
- Agora sim, todos nós entendemos.
Manuel - Assim também é com a oração. Se fizermos uma prece
da boca para fora, rápido, só para dizer que fizemos, como nossos amigos
espirituais vão ouvi-la e compreendê-la? Como ela chegará até Deus? Devemos
orar com o coração, com sentimento e emoção. Não importa onde estejamos, mas
sim nosso amor, nossa vontade. Entenderam, crianças?
Agora vamos nos despedir do Manuel. Tchau.
3. Dobradura de coração.
Distribuir retângulos de papel vermelho. Cada Evangelizando
deverá fazer uma dobradura de coração. O Evangelizador fará um coração maior,
junto com os Evangelizandos, para ir ensinando cada passo.
Quando as dobraduras ficarem prontas, pedir para eles
deixarem sobre a mesa e sentarem-se em círculo.
4. Coração quente:
Agora nós vamos brincar de batata quente, mas com o
coração.
Colocar uma música e entregar o coração para as crianças,
que deverão passá-lo de mão em mão. Quando a música parar, a criança que
estiver com o coração deverá responder a pergunta.
Perguntas:
a) O que é a prece?
b) Quando devemos orar?
c) Existe uma posição correta para
orar?
d) Uma prece comprida vale mais que uma
curta?
e) Rezar uma prece decorada é melhor
que falar do coração?
Cada Evangelizando que responder uma pergunta corretamente
deverá ganhar um pequeno brinde.
5. Entregar a cada Evangelizando uma folha A4 com um baçlão
de fala desenhado e um espaço em branco. Cada Evangelizando deverá colar seu
coração na folha, e escrever uma pequena prece no balão. No maternal ele dirão
a prece e a Evangelizadora escreverá para eles. Os cartazes devrão ficar
expostos ou poderão ser levados para casa, a critério da Evangelizadora.
6. Distribuir as atividades abaixo para serem preenchidas:
Jesus, no silêncio da prece
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos do Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos do Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
Jesus, no silêncio da prece
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos di Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
Teus irmãos a Ti pedem paz,
Pra aliviar um pouco as aflições
Senhor enxugai nosso pranto
Precisamos di Teu amor
e sentir Tua presença
Envolver nossos corações
Por isso vem, Jesus . . .
E ir ao Teu encontro,
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz
E ir ao Teu encontro,
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz
Queremos Te seguir
E afastar o mal da terra
E acabar de vez com a guerra
E caminharmos juntos rumo a luz
Subsídios para o
Evangelizador:
A Prece - João Batista Armani
Ao iniciarmos uma doutrinária fazemos uma prece, ao encerrarmos fazemos
uma prece, para os trabalhos de passe fazemos uma prece, ao deitarmos fazemos
uma prece, ao levantarmos fazemos uma prece, fazemos uma prece nos momentos
alegres; e oramos também nos momentos de aflição.
Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito
pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento, Por isso mesmo, pouco
a valorizamos, e por vezes até a esquecemos.
Já o dissemos em outras ocasiões, que o Espiritismo
é uma Doutrina de Tríplice aspecto, Ciência – Filosofia – Religião, mas é comum
vermos trabalhos, palestras, cursos e etc, enfocarem quase que essencialmente
as partes filosóficas e religiosas, deixando um pouco de lado o seu aspecto
científico. É até um procedimento normal, uma vez que o Espiritismo é uma
Doutrina relativamente jovem com aproximadamente 150 anos, e a análise de seus
aspectos científicos requer conhecimentos básicos, sem os quais não
entenderíamos as suas explicações, precisaríamos então ter noções de física,
ciências, biologia, fluidos, magnetismo, eletromagnetismo, eletricidade,
telecomunicações, etc. Mas nesse trabalho, passaremos uma pequena noção do seu
aspecto científico.
Mas afinal, o que é a prece ?
Poderíamos dizer que a prece é uma projeção do
pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja
intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu
poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si a
ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por que
pensamentos? Porque são a origem da quase totalidade de nossas ações.(Primeiro
pensamos depois agimos).
Poderíamos dizer também que a prece é uma invocação
e que por meio dela pomos o pensamento em contato com o ente a quem nos
dirigimos.
A prece é a expressão de um sentimento
que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora.
Pode-se orar para si ou para outrem.
O Espiritismo faz compreender a ação da prece
explicando o processo da transmissão do pensamento: quer o ser por quem se ora
venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele.
Para compreender o que se passa nessa
circunstância, convêm considerar todos os seres, encarnados e desencarnados,
mergulhados no mesmo fluido universal que ocupa o espaço, como neste planeta
estamos nós na atmosfera. O ar é o veículo do som com a diferença que as
vibrações do ar são circunscritas ao planeta Terra, ao passo que as do fluido
universal se estendem ao infinito.
Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser
qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma
corrente fluídica se estabelece de um para o outro, transmitindo o pensamento,
como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do
pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece é ouvida pelos espíritos
onde quer que estejam; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem as
suas inspirações; que as relações se estabelecem a distância, etc.
Esta é sua visão científica.
Pela prece podemos fazer três coisas louvar, pedir
e agradecer (LE, 659).
Mas o que isso significa exatamente?
Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre
todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo, causa primária de tudo o que
existe, bendizendo-Lhe o nome.
Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca
de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para lutar
contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor
que rege e sustenta a Harmonia Universal.
Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos
recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a
alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a
família, os amigos, a dádiva da vida.
As preces devem ser feitas diretamente ao Criador,
mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são
os Seus mensageiros e executores da Sua vontade. Quando se ora a outros seres
além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada
se pode obter sem a vontade de Deus.
A prece torna o homem melhor porque aquele que faz
preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e
Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LE 660).
O essencial é orar com sinceridade e aceitar
os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que
pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática
do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem
mais do que as palavras.
Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos
semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem,
atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se
deseja fazer.
Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das
provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso,
e isto porque elas (..) estão nas mãos de Deus e há as que devem ser
suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo
que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua
felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender
ao que lhe seria prejudicial.
Todavia, as súplicas justas são atendidas mais
vezes do que supomos, podendo a resposta a uma prece vir por meios indiretos ou
por meios de idéias com as quais saímos das dificuldades.
A prece em favor dos desencarnados não muda os
desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora
experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes que
compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o
desencarnado é tal, que pode levá-lo à conscientização das faltas cometidas e
ao desejo de fazer o bem:
É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se
do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora,
excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que
vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664).
Qual a importância da prece?
Lembremo-nos de um exemplo prático. Se não
limparmos periodicamente o nosso quintal, a sujeira se acumula, o mato cresce,
e há a proliferação de bichos. No campo espiritual, se não limparmos o nosso
psiquismo, os espíritos luminosos se afastam(mesmo que temporariamente), as
trevas tomam conta favorecendo a ação de espíritos endurecidos.
Deus atende àqueles que oram com fé e fervor?
Deus envia-lhes sempre bons Espíritos para os
auxiliarem. Não existem fórmulas especiais de orações. A bondade de Deus não
está voltada para as fórmulas e o número de palavras, mas sim para as intenções
de quem ora.
O que dizer das orações repetidas inúmeras vezes?
As intermináveis ladainhas e “PAI NOSSOS”, repetidos
algumas vezes, as rezas pronunciadas com os lábios apenas, que o coração não
sente e a inteligência não compreende, não têm valor perante Deus. Jesus disse:
“Não vos assemelheis aos hipócritas que pensam que pelo muito falar serão
ouvidos” (Mateus C6:V7). O essencial é orar bem e não muito.
Por que existe então, mesmo no espiritismo, orações ditadas por
espíritos e publicadas em livros?
Para ensinar aos homens a raciocinar quando se
dirigem a Deus e fazê-lo não só por meio de palavras, como também pelo
sentimento e com inteligência. Estas orações não constituem rituais, uma vez
que, no espiritismo não existem rituais de nenhuma espécie, nem formalismo.
Por quem devemos orar?
Primeiramente por nós mesmos, por nossos parentes,
pelos nossos amigos e inimigos, deste e do outro mundo; devemos orar pelos que
sofrem e por aqueles por quem ninguém ora.
O que pedir?
Em Mateus C26:V39, há a passagem amarga do Cristo,
que antecedia as suas dores supremas no calvário , onde Ele nos diz: “ Pai, se
quiserdes, afasta de mim este cálice, mas acima de tudo faça-se a Tua vontade e
não a minha”. Demonstrava-nos o Mestre que as Leis Naturais são sábias e justas
e que são aplicadas indistintamente. Assim, não peçamos “milagres ou
prodígios”, mas tão somente forças para suportar aquilo que não está ao nosso
alcance mudar, paciência, resignação, fé e coragem.
Formas da Prece
A prece deve ser curta e feita em segredo, no
recôndito da consciência e em profunda meditação. Preces prolongadas ou
repetidas, tornam-se cansativas, sonolentas e, muitas vezes, delas não
participam o pensamento e o coração.
Assim, a condição da prece está no pensamento reto,
podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, em
pé, deitado, de luz acesa ou apagada, de olhos abertos ou fechado; desde que
haja o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia
harmoniosa. Por isto a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso,
livre de qualquer ressentimento ou mágoa, dessa maneira o homem irá absorver a
força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.
Eficácia da Prece
Existem aqueles que contestam a eficácia da prece,
alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se
dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e
eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No
entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça divina não é
inflexível a ponto de não atender os que lhe fazem súplicas. Ocorre que existem
determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram segundo os caprichos
de cada um. Porém, isso não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à
fatalidade. O homem desfruta do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua
encarnação, pois Deus não lhe concedeu a inteligência e o entendimento para que
não os utilizasse.
Existem acontecimentos na vida atual
aos quais o homem não pode furtar-se; são conseqüências de falhas e deslizes de
passado que necessitam de reajustes; é a aplicação da Lei de Causa e Efeito e
isto explica porque alguns alegam que pedem benefícios a Deus, mas que nunca
são concedidos; o que parece, a princípio, contrariar o ensinamento de Jesus
citado em Marcos C11:V24 “O que quer que seja que pedirdes na prece, crede
que obtereis, e vos será concedido”.
Muitas coisas que na vida presente
parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe
prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas. Contudo, o
egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da
prece.
Porém, seus efeitos ocorrem segundo
os desígnios divinos: A curto prazo na medida em que consola, alivia os
sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo prazo porque pelo pensamento
edificante dá-se a aproximação das forças do bem a restaurar as energias de
quem ora.
Àquele que pede, Deus está sempre
pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação para enfrentar as
dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com idéias que lhes
são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-nos contudo o mérito da
ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um milagre, pois a
Providencia Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos, como asseverou o
Mestre: “Ajuda-te e o céu te ajudará” (ESE, Cap. 27, item 7).
Portanto, de tudo o que foi dito
anteriormente, podemos concluir que a eficácia da prece está na dependência da
renovação íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do
perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de
sentimentos negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.
“Vigiai e Orai” nos recomendou o
Mestre (Mateus C26:V41).
Bibliografia:
Curso Básico do Espiritismo 1º Ano –
FEESP.
Curso Básico do Espiritismo 2º Ano –
FEESP.
O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Allan Kardec.
Laura.
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Paz e Luz!
Laura