Aula:
Sede Perfeitos - O Homem de Bem – Dever e Virtude
Turma: Jardim – Sala
Joanna de Angelis
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo,
cap.17, Itens 7 E 8.
I – Acolhida e
Harmonização.
Duração – no máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem suave. Quando as crianças
entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo e fazerem o seguinte
exercício: com todos em silêncio, murmurar o nome de duas crianças que, sem
ruído, trocam de lugar enquanto os outros permanecem imóveis. Continuar até
todos trocarem de lugar.
2 – Relaxamento:
3 – Respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a
concentrar sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca
cerrada, retendo o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração,
utilizado diariamente possibilita uma renovação orgânica e, em conseqüência,
maior vitalidade.
II. Prece.
III. Atividades:
1)
Pegar o
“Baú do Tesouro” e colocá-lo no centro da mesa. Dizer: “Aqui está nosso baú do
tesouro”, será que hoje vamos poder juntar mais bens espirituais aqui em nossa
sala? Inquirir um a um sobre as virtudes cultivadas e boas ações praticadas
durante a semana, preencher os coraçõezinhos com o nome de cada Evangelizando e
o bem espiritual cultivado naquela semana, entregar para o mesmo colocá-lo no
baú. Incentivá-los a continuar cultivando boas atitudes, bons pensamentos e
boas palavras, a fim de promoverem a reforma íntima e “encherem” o Baú do
Tesouro.
2)
Dinâmica:
O Evangelizador diz que irá apresentar 3 situações aos
Evangelizandos, que deverão resolvê-las:
a)
Mostrar
a seguinte figura:
Dizer: Esse é Mateus. Mateus é bombeiro. Ele é muito
especializado e competente no trabalho. Mas hoje Mateus resolveu que não iria
trabalhar porque quer muito ir a um passeio com seu irmão: eles vão a uma linda
cachoeira! Acontece que aconteceu um grande incêndio em um prédio no centro da
cidade. Um apartamento no oitavo andar estava pegando fogo e nele morava uma
senhora que não pode andar. Somente Mateus tem treinamento para retirar
cadeirantes de um incêndio. E agora, o que fazer? O que vocês acham que vai
acontecer?
b)
Mostrar
a seguinte figura:
Dizer: Esse é o Dr. Guilherme. Ele é médico. Trabalha no
posto de saúde de nosso bairro. Hoje o Dr. Guilherme está de plantão: é o único
médico designado para atender durante a noite. Acontece que o Dr. Guilherme é
um torcedor muito fanático. Seu time vai disputar a final do campeonato
brasileiro essa noite. Pela manhã o Dr. Guilherme recebeu um telefonema que o
deixou muito eufórico: foi premiado com um ingresso para assistir ao jogo no
camarote de uma empresa! Ficou muito
contente e nem se lembrou que seria o único médico de plantão à noite no posto
de saúde: pegou o caro e rumou para a capital para assistir o jogo.
Acontece que naquela noite o filho da Dona Carminha
começou a passar muito mal. Ele estava queimando em febre e mal conseguia
respirar. Era de madrugada e Dona Carminha não tinha carro. Foi correndo para o
posto de saúde com seu filhinho nos braços. Acontece que o Dr. Guilherme não
tinha ido trabalhar e a ambulância estava estragada. Os telefones e celulares
estavam em pane devido a um apagão na rede de energia! Dona Carminha começo a
chorar desesperada, porque seu filhinho necessitava de um médico com urgência!
E agora, o que fazer? O que vocês acham que aconteceu?
c)
Mostrar
a seguinte figura:
Esse é o Joel. Ele é estudante. A professora pediu para a
turma se dividir em grupos para apresentarem um trabalho sobre ecologia. João
estava em um grupo junto com Madalena e Ronaldo. Ronaldo precisava muito dos
pontos que ganhariam com o trabalho para passar de ano. Ele e Madalena se
empenharam muito: foram à escola para pesquisar sobre o tabalho, conversaram
com pessoas mais velhas para ajudarem, buscaram figuras para ilustrar seus
cartazes, enfim, fizeram sua parte com responsabilidade e afinco! Joel estava
designado para fazer uma maquete que seria muito importante na explicação do
trabalho. Na realidade não havia como apresentar o trabalho sem a maquete.
Acontece que Joel preferiu ficar jogando vídeo game a fazer a maquete. No dia
de apresentar o trabalho Joel estava com preguiça e desligou o despertador,
virou para o lado e dormiu até tarde. Na hora de apresentar o trabalho feito
com tanta dedicação por Madalena e Ronaldo Joel não apareceu! Os outros dois
colegas ficaram apavorados! Ronaldo começou a suar e passar mal: se dedicou
tanto e não iria ganhar os pontos que necessitava – corria o risco de ficar
reprovado! E agora, o que fazer? O que vocês acham que aconteceu?
3) Explicar aos Evangelizandos que todos nós temos
deveres a cumprir. Esses deveres fazem parte da nossa existência. Cumprindo os
deveres estaremos agindo dentro do que nos cabe como filhos de Deus e membros
da comunidade terrena. Fazê-los entender que no Mundo Espiritual, antes de nascermos,
nós nos comprometemos com o nosso Anjo Guardião e com Jesus. Assim, prometemos
que ao reencarnarmos na Terra, não esqueceríamos nossos deveres como filhos de
Deus, ou seja, que cuidaríamos de toda a Sua criação, desde o mais pequenino
grão de areia, até os animais e os seres humanos, nossos irmãos.
Só que muitos de nós, quando
chegamos aqui, percebemos quão maravilhosa é a Terra, e quantas coisas podemos
ter e fazer. Quando somos crianças queremos muitos brinquedos, um celular
moderno e brincar bastante; à medida que vamos crescendo nossos desejos vão
mudando, quando nos tornamos adultos desejamos uma casa grande ou um carro
moderno, achando, muitas vezes, que ter e comprar coisas são objetivos
importantes nesta existência. Acabamos esquecendo que todas as conquistas
materiais não são o que de mais importante há por aqui.
Devemos lembrar que reencarnamos para estudar, ajudar nossos pais, cuidar das plantinhas, dos animais, sermos corretos, não prejudicarmos os outros, enfim, que o objetivo de nossa vida é a evolução moral e espiritual, ou seja, aprender a ser uma pessoa honesta, que faz o bem. Os bens da Terra nos ajudam na evolução, mas nossa evolução moral exige esforço e dedicação.
Quando nós fazemos a nossa parte na criação Divina, estamos cumprindo o que nos propomos antes de reencarnar.
Devemos lembrar que reencarnamos para estudar, ajudar nossos pais, cuidar das plantinhas, dos animais, sermos corretos, não prejudicarmos os outros, enfim, que o objetivo de nossa vida é a evolução moral e espiritual, ou seja, aprender a ser uma pessoa honesta, que faz o bem. Os bens da Terra nos ajudam na evolução, mas nossa evolução moral exige esforço e dedicação.
Quando nós fazemos a nossa parte na criação Divina, estamos cumprindo o que nos propomos antes de reencarnar.
A Terra é uma escola, nós não
vamos ficar aqui para sempre. Precisamos aprender que as coisas que temos como
brinquedos, casa, roupas, carro, só vão nos ajudar aqui na Terra se utilizarmos
para o bem. Devemos lembrar sempre que a nossa verdadeira Pátria é o Mundo
Espiritual. Que desta existência só levaremos o bem que realizarmos, todo o
sorriso e carinho de cada pessoa que convive conosco, e o amor que
distribuirmos. Só assim compreenderemos o verdadeiro sentido da palavra
riqueza.
Cada ser humano reencarna dentro
das condições que precisa para evoluir. Nem sempre o que desejamos é o melhor
para nós. Deus, Pai amoroso e justo, conhece cada um de nós, e sabe exatamente
o que precisamos para evoluirmos e sermos felizes.
4)
Contar a seguinte história: (preparar fantoches de varetas):
O Dever Esquecido
Certo Rei, muito poderoso, sendo
obrigado a se ausentar do reino por muito tempo e desejando por à prova a
capacidade do Príncipe, seu filho, tomou de grande fortuna e entregou-lhe dizendo:
- Quero que empregue toda esta
fortuna na construção de uma casa, tão rica, luxuosa, confortável e bela quanto
for
possível. Acontece porém, que o
jovem, muito egoísta, arquitetou o plano de enganar o próprio pai, procurando
aproveitar todos os prazeres imediatos da vida e, para isso, passou a comprar
materiais inferiores. Onde lhe cabia empregar metais raros, utilizava latão; nos
lugares em que devia colocar mármore precioso, punha madeira barata e nos
setores de serviço em que a obra reclamava pedra sólida, aplicava terra batida.
Dessa forma, obteve bastante
dinheiro economizando no material, mas gastou tudo desordenadamente, na
companhia de seus amigos.
Quando o rei regressou, encontrou
o príncipe abatido e cansado a apresentar-lhe uma cabana feiosa e esburacada,
ao invés de uma casa nobre. Surpreso e triste, porém sem perder a calma, o rei
entregou-lhe a chave da cabana e disse:
- Meu filho, a casa que mandei
construir era para você mesmo. Apesar de não me parecer a residência tão
sonhada por mim, seu pai, acredito que você deva estar satisfeito, pois foi
você mesmo que a escolheu...
Esta história nos leva a refletir
sobre o cumprimento de nossos deveres. Vamos comparar por um momento, o Rei, a
Deus. O príncipe da história pode ser qualquer um de nós. A fortuna é a vida
que Deus nos deu. Nós, quase sempre, porém, gastamos esse tesouro com bobagens.
Mas aquele que se consagra à benção do dever que deve cumprir, por mais difícil
que seja, adquire a tranquilidade e a alegria de bem aproveitar os tesouros que
Deus nos reservou. Afinal, Deus é nosso Pai, e está sempre a nos reservar o
melhor. Cabe-nos realizar nossas tarefas com alegria e conforme nos foi pedido e
orientado, assim, aproveitaremos o
melhor que nos foi reservado!
(Adaptado do Livro Antologia da
Criança de Chico Xavier)
5) Arte
Explicar
para os Evangelizando que o verdadeiro Homem de Bem é aquele que cumpre seus
deveres e trabalha seus sentimentos, buscando ser virtuoso. Como ser virtuoso?
Sendo bom, caridoso, trabalhador, sóbrio e modesto. Devemos reciclar nossos sentimentos e
emoções, retirando de nós o orgulho e o egoísmo. Cultivando em nosso ser o
Amor. São Francisco de Assis viveu em plenitude todas essas virtudes. Vamos
fazer um lindo quadro retratando esse grande espírito?
(Usar recorte e colagem de diversos materiais:
papel, tecido, flores artificiais, etc.)
Mostrar o original para eles terem onde se inspirar:
6)
Música
Apresentar o vídeo da música “Oração
de São Francisco de Assis”, com Elizabeth Lacerda:
Oração de São
Francisco de Assis
Elizabete Lacerda
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado
compreender que ser compreendido
amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado
compreender que ser compreendido
amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !
VII.
Prece Final.
Subsídios para o Evangelizador:
O Evangelho
Segundo o Espiritismo
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
I –
O Dever
LÁZARO
Paris,
1863
7 – O dever é a obrigação moral,
primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da
vida: encontramo-lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados. Quero
falar aqui somente do dever moral, e não do que se refere às profissões.
Na ordem dos sentimentos, o dever é
muito difícil de ser cumprido, porque se encontra em antagonismo com as
seduções do interesse e do coração. Suas vitórias não têm testemunhas, e suas
derrotas não sofrem repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu
livre arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior,
o adverte e sustenta, mas ele se mostra freqüentemente impotente diante dos
sofismas da paixão. O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem. Mas
como precisar esse dever? Onde ele começa? Onde acaba? O
dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a
tranqüilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver
transposto em relação a vós mesmos.
Deus criou todos os homens iguais para
a dor; pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelos mesmos
motivos, a fim de que cada um pese judiciosamente o mal que pode fazer. Não
existe o mesmo critério para o bem, que é infinitamente mais variado nas suas expressões. A
igualdade em relação à dor é uma sublime previsão de Deus, que quer que os seus
filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal desculpando-se com
a ignorância dos seus efeitos.
O dever é o resumo prático de todas as
especulações morais. É uma intrepidez da alma, que enfrenta as angústias da
luta. É austero e dócil, pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, mas
permanecendo inflexível diante de suas tentações. O
homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, e as criaturas
mais que a si mesmo; é
a um só tempo, juiz e escravo na sua própria causa.
O dever é o mais belo galardão da
razão; ele nasce dela, como o filho nasce da mãe. O homem deve amar o dever,
não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode
subtrair-se, mas porque ele transmite à alma o vigor necessário ao seu
desenvolvimento.
O dever se engrandece e esplende, sob
uma forma sempre mais elevada, em cada uma das etapas superiores da humanidade.
A obrigação moral da
criatura para com Deus jamais cessa, porque ela deve refletir as virtudes do
Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, mas deseja que a grandeza da sua
obra resplandeça aos seus olhos.
II
– A Virtude
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Paris,
1863
8 – A virtude, no seu grau mais elevado,
abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de
bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do
homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas
morais, que as deslustram e enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude
não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o
vício mais oposto: o orgulho. A
virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de
adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões. São
Vicente de Paulo era virtuoso. O digno Cura de Ars era virtuoso. E assim muitos
outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de
bem ignoravam que eram virtuosos. Deixavam-se levar pela corrente das suas
santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse completo
esquecimento de si mesmos.
É para essa virtude, assim
compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. Para essa virtude
realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a
consagrar-vos. Mas afastai de vossos corações o sentimento do orgulho, da
vaidade, do amor próprio, que deslustram sempre as mais belas qualidades. Não
imiteis esse homem que se apresenta como modelo e se gaba das próprias
qualidades, para todos os ouvidos tolerantes. Essa virtude de ostentação
esconde, quase sempre, uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.
O homem que se exalta a si mesmo, que
eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única
razão, todos os méritos que efetivamente podia ter. E que direi daquele cujo
valor se reduz a parecer o que não é? Compreendo perfeitamente que aquele que
faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento
em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor-
próprio.
Oh, vós todos, a quem a fé espírita
reanimou os seus raios, e que sabeis quanto o homem se encontra longe da
perfeição, jamais vos entregueis a essa estultícia! A virtude é uma graça, que
desejo para todos os espíritas sinceros, mas com esta advertência: Mais vale
menos virtude na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as
humanidades se perderam sucessivamente. É pela humildade que elas um dia
deverão redimir-se.
Paz e luz!
Laura