Lindo"

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sobre a Eutanásia



 Nesse exato momento, quando o Congresso Nacional vota a alteração do Código Penal, discriminando, dentre outros delitos, a eutanásia, é urgente que possamos olhar essa prática nefanda com olhos de quem já viveu uma situação que poderia se enquadrar, facilmente, nos parâmetros de quem defende essa prática.
Há muitos anos fui diagnosticada com um câncer altamente invasivo e que causa dores extremas, pois se localiza nos nervos. Eu não tinha cura pela Medicina, o que me foi dito algumas vezes por médicos especialistas em São Paulo.
A doença chegou a um ponto em que eu estava com metástase em ambos os pulmões, não conseguia respirar sem o auxílio de oxigênio, que usava 24 hs por dia. As dores eram insuportáveis, a ponto de meu oncologista me encaminhar para uma médica especialista em dor, que me prescreveu os seguintes medicamentos (além dos que eu já usava para outros fins): morfina de 30 mg de 2 em 2 horas, neurontin de 400 mg de 8/8 hs, dicoflenaco de 6/6 h., tramal de 4/4 hs e mesmo assim as dores não cessavam.
Cheguei a um ponto em que não conseguia me locomover,  tive de usar fraldas.
A dor física era imensa, mas a dor emocional e moral eram maiores.
Ver meu marido,  minha filha, minha família e amigos sofrendo tanto, embora tudo fizessem para disfarçar em minha frente. As idas constantes para o hospital onde ficava por períodos infindáveis, fazendo com que me marido abandonasse tudo para ficar ao meu lado e minha filha ficasse com minha vizinha, sem qualquer membro da família, pois não havia ninguém com disponibilidade para ficar com ela, assim, ela perdeu a mãe e o pai por longos períodos.
Tudo isso gerava um sentimento de cansaço para continuar lutando uma luta que até os médicos achavam que era vã.
Confesso que o maior sofrimento era ver a dor nos olhos daqueles que amava, uma dor insuportável, pois nada podiam fazer para me arrancar daquele sofrimento todo.
Assim, por várias vezes rezei a Deus, pedindo que Ele me levasse logo, para acabar de vez com aquela angústia, com aquela situação abominável, a fim de que eu e meus amados pudéssemos descansar. Algumas vezes fiz isso chorando, pois a dor era insuportável, e meu marido, ao me flagrar naquela oração, acariciava minha cabeça (não havia cabelos) e chorava copiosamente.
Pois bem, Deus, entretanto, tinha outros planos, com o auxílio dos médicos espirituais houve uma reviravolta e o tratamento quimioterápico, contra todas as expectativas, surtiu efeito, e a doença foi debelada!
Claro que restaram as consequências, por um longo tempo ainda não conseguia caminhar (até hoje é impossível caminhar por um longo trecho), fiquei muito obesa, com problemas cardíacos causados por quimioterápicos, tenho excesso de sudorese especialmente na cabeça e rosto, meu braço direito não funciona bem, perdi vários dentes em conseqüência da radioterapia, ainda sinto muitas dores. Mas em contrapartida:
Resolvi dedicar minha vida para atenuar um pouquinho a dor de meu próximo. Agora, além de paciente sou voluntária no Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer – GAPC, Unidade Volta Redonda, onde encontrei uma nova família que me trás harmonia e felicidade. Essa semana vi se concretizar um sonho antigo: conseguimos inaugurar nossa Biblioteca, que certamente irá trazer muita alegria a muitos pacientes e seus familiares, e iniciando a implantação de um projeto de levar arte cultura para dentro do GAPC, pois esses são alimentos para a alma.
Resolvi fazer esse Blog, para compartilhar minhas idéias, as coisas que me fazem bem e as aulas que preparo para a Evangelização Infantil para todos. Pessoas de 29 países diferentes já acessaram meu blog!
Passei a confeccionar algumas peças de tricô para bebês, colocando em cada ponto meu desejo que a criança que usasse aquela roupinha tivesse muita paz, amor e harmonia em sua nova jornada.
Agora Deus me presenteou com a dádiva da vida: minha filha está grávida! Confesso que no início foi um grande susto, pois ela é adolescente e não esperávamos por isso, mas agora estou curtindo cada segundo de mais essa bênção! Eu, que lutei tanto para conseguir ver minha filha crescer recebi a dádiva de estar esperando para conhecer e conviver com meu neto (ou minha neta, ainda não sabemos!).
É certo que não tenho a agilidade física e intelectual, nem a beleza física de antes. Mas a minha existência se tornou uma profusão de amor, alegria e paz!
Apesar da fragilidade física, de estar impedida de exercer minha profissão devido às sequelas que ficaram, descobri que posso e estou fazendo a diferença por um mundo melhor!
Agora, imaginem se um médico, condoído com minhas dores atrozes, com o desespero de minha família e com meu pedido de que Deus me levasse logo tivesse resolvido me “ajudar”, dando-me um fim digno e acabando com minha dor?
Por favor,  me ajudem a divulgar minha história, quando eu pedia para Deus me levar realmente não estava em minha perfeita capacidade. O sofrimento atroz meu e de meus entes mais queridos como que “embotou” meu psiquismo.
Acreditem,  só Deus sabe quando é efetivamente a hora de partimos para a Pátria verdadeira.
Quando um paciente terminal diz “não agüento mais, estou cansado”  ele realmentre está, mas dentro, lá dentro,  ele ainda tem a esperança de voltar à vida!
Espalhem minha história, lutem pela Vida, ajudem-me a fazer essa realidade chegar junto àqueles que possuem o poder para parar com essa insanidade:
DIGAM NÃO À EUTANÁSIA!
Paz e Luz!
Laura

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aula: Sede Perfeitos - O Homem de Bem – Humildade



 Aula: Sede Perfeitos - O Homem de Bem – Humildade
Turma: Jardim – Sala Joanna de Angelis
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.17, 3 §§ 15º, 16º e 17º e 18º
I – Acolhida e Harmonização. Duração – no máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem suave. Quando as crianças entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo e fazerem o seguinte exercício: com todos em silêncio, murmurar o nome de duas crianças que, sem ruído, trocam de lugar enquanto os outros permanecem imóveis. Continuar até todos trocarem de lugar.
2 – Relaxamento:
3 – Respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a concentrar sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca cerrada, retendo o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração, utilizado diariamente possibilita uma renovação orgânica e, em conseqüência, maior vitalidade.
  II. Prece.
 III. Atividades
1)        Pegar o “Baú do Tesouro” e colocá-lo no centro da mesa. Dizer: “Aqui está nosso baú do tesouro”, será que hoje vamos poder juntar mais bens espirituais aqui em nossa sala? Inquirir um a um sobre as virtudes cultivadas e boas ações praticadas durante a semana, preencher os coraçõezinhos com o nome de cada Evangelizando e o bem espiritual cultivado naquela semana, entregar para o mesmo colocá-lo no baú. Incentivá-los a continuar cultivando boas atitudes, bons pensamentos e boas palavras, a fim de promoverem a reforma íntima e “encherem” o Baú do Tesouro.

2)        Dinâmica:
" Pegadinha do Animal"
Entrega-se a cada participante um papel com o nome de um animal, sem ver o do outro. Em seguida todos ficam em círculo de mãos dadas. Quando o animal for chamado pelo coordenador, a pessoa correspondente ao animal, deve se agachar tentando abaixar os colegas da direita e da esquerda. E os outros devem tentar impedir que ele se abaixe.Obs: todos os animais são iguais, e quando o coordenador chama o nome do animal todos vão cair de "bumbum" no chão, causando uma grande risada geral.Objetivo: "quebra gelo" descontração geral.

3)           Levar uma folha de papelão ou isopor já com a base pronta para montar uma maquete de fazendinha. Levar os edifícios, animais, flores, árvores e lago da fazenda já prontos (poderão ser de plástico ou feitos de papel – com recorte colagem ou dobraduras) Ir montando a Fazendinha e contando a seguinte estória:    
“O Sr. Lucas era dono de uma grande fazenda. Ele era muito rico, tinha mais de 50 empregados morando na Fazenda Santa Bárbara. Ele não era uma pessoa malvada, ma levava uma vida equivocada. Achava que por ser um rico proprietário de terras, filho de uma família tradicional, era melhor que aqueles eu trabalhavam para ele. Fora educado para pensar ser superior àqueles a quem empregava. Era comum vê-lo tendo “explosões” de raiva por qualquer coisa, tratava a todos como seus inferiores. Um dia o Sr. Lucas apaixonou-se por uma moça que se chamava Marina. Marina não era rica, apesar de ser filha de uma antiga família do local, muito séria e honrada. Marina também apaixonou-se por Lucas, e eles se casaram numa linda tarde de maio.
Tiveram três filhos: José, Renato e Patrícia.
Marina era uma moça muito dedicada a seu marido e seus filhos, e tomou para si a tarefa de abraçar com amor a todos os que viviam na Fazenda. Estudava minuciosamente o Evangelho de Jesus, e esforçava-se para colocá-lo em prática: visitava , levando junto a si seus filhinhos,  os doentes, dando-lhes carinho e atenção. Encaminhava-os ao médico, quando necessário, ou quando se tratava de algo mais simples preparava para eles, com muito amor, chás que aliviavam seus males. Era carinhosa e maternal com as crianças, tecia-lhes enxovais e agasalhos, presenteava a todas com brinquedos e atenção em seus aniversários. Cuidava dos velhinhos, dando a todos um excelente exemplo.
Lucas, que muito amava sua esposa, com o tempo foi tocado por seu exemplo. Passou a querer ele também conhecer e amar a Jesus, que tão bem moldara o cará ter de sua esposa, e com o tempo foi se transformando: começou a tratar seus empregados com consideração e respeito. Após alguns anos já se sentia naquela fazenda o fruto das ações humanitárias de Dona Marina:
O Sr. Lucas agora era um homem humilde, apesar de cada vez mais rico, aprendera que a verdadeira riqueza é a amizade sincera, o caráter reto e a sementeira do amor e da paz.
Quando seu filho mais velho, José, fez 14 anos, pediu de presente ao pai uma escola para todas as crianças da Fazenda, pois aprendera com sua mãe que o saber é um dos bens mais valiosos que podemos doar. Esse pedido foi motivo de muita alegria para seus pais, e o Sr. Lucas e Dona Maria lançaram-se àquele projeto com muito esforço e alegria, no que foram auxiliados por muitas pessoas.
Assim, em alguns meses a Fazenda Santa Bárbara foi Presenteada com a Escola Sementeira do Amor, onde as crianças aprendiam, além das matérias tradicionais, música, artes e o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que pudessem ser templos de paz e luz para todos!”.
Laura Souza Machado
O Evangelizador poderá utilizar os seguintes modelos:


ou


4)   Explicar para os Evangelizandos:
a)    Para chegarmos à perfeição, precisamos eliminar os defeitos que possuímos: ORGULHO é um dos piores defeitos que temos.
b)    E para vencer esse inimigo no coração precisamos substituí-lo pela maior das virtudes: HUMILDADE.
c)    O que é orgulho? E o que é humildade?
d)    O orgulho é o conceito elevado ou exagerado de si próprio; é um exagero de autovalorização. O orgulhoso se sente superior ou melhor que os outros, acredita que as qualidades que possui o faz ser o melhor.
e)    O orgulhoso mente para si mesmo, porque se acredita muito melhor do que verdadeiramente é. Ele pode ofender muitas pessoas no caminho, porque seu orgulho não lhe permite ver que elas não são seres inferiores, que merecem ser tratados como tal. Aquele que alimenta o orgulho tem dificuldades na convivência com os outros, além de preparar para si mesmo momentos de sofrimentos. Ele não sabe falar carinhosamente a seus irmãos, esquece-se de Deus e despreza as palavras do Mestre.
f)     A Humildade é uma virtude que leva a pessoa a reconhecer seus defeitos e compreender suas limitações. O humilde sabe que é imperfeito e cheio de falhas e que precisa melhorar-se, e por isso aceita com mais facilidade a vontade de Deus, o que faz com que seja mais tranqüilo para cumprir sua missão aqui na Terra.
g)    Existe vantagem em ser humilde? Qual?
A pessoa humilde evolui mais depressa, porque reconhece seus defeitos e isso é o primeiro passo para eliminar sentimentos como o orgulho. A humildade leva a pessoa a cultivar outras virtudes, como o respeito, a paciência, a tolerância e a compreensão dos erros dos outros, esta porque sabemos sermos nós mesmos cheios de falhas.
h)   Quem é humilde sabe servir ao próximo; é uma pessoa bondosa, semeadora de felicidade; ensina os que não sabe; consola os aflitos, espalha a fé e a esperança por todos os lados; é prestativa, ajuda a todos sem olhar a quem ajuda.
i)     A humildade é a mais importante das virtudes, e uma das maiores conquistas do Espírito, quem conquista esta virtude, aceita, sem se sentir ofendido ou rebaixado, tarefas simples, aceita a obrigação de trabalhar em benefício dos outros.
j)      O orgulho destrói todas as qualidades do espírito, enquanto a humildade, aos olhos de Deus, eleva.

5)        Pedir aos Evangelizandos que identifiquem, na estórias, atitudes de orgulho e humildade.

6)        Preparar um cartaz assim:
         Distribuir cartões para os Evangelizandos contendo as seguintes frases, que eles deverão colar na coluna correspondente no cartaz:



Julgo saber muito e não aceito ser corrigido


Não aceito que errei e procuro uma desculpa dizendo assim: “Não foi minha culpa”


Me acho sempre certo e perfeito, julgo que não preciso mudar, pois “tudo o que faço é muito bom”


Resisto quando aqueles que são mais velhos e experientes (professores, pais, avós, etc.), querem me ensinar alguma coisa, dizendo ou pensando: “lá vem eles com mais lição de moral”


Faço apenas minha tarefa e ainda digo: “Faço apenas o meu trabalho, a minha parte”


Não aceito críticas, pois acho humilhante ser corrigido


Não aceito as idéias dos outros, julgo as minhas sempre melhores


Sou vaidoso, insatisfeito, me julga sábio e poderoso, não reconheço Deus como fonte de sabedoria


b b b  b  b


Reconheço que preciso conhecer ainda muitas coisas  e estou sempre disposto a aprender


Reconheço quando erro e digo assim: “Eu me equivoquei” e procuro fazer de novo, e melhor


Reconheço que preciso fazer melhor e aperfeiçoar-me


Respeito aqueles que são mais velhos e experientes (professores, pais, avós, etc.), e procuro sempre de aprender com eles


Estou sempre disposto a fazer minha tarefa e algo a mais, além da minha obrigação


Ouço as críticas e estou sempre disposto a conhecer a opinião dos outros e aprender com eles


Sou agradecido a Deus e sei que há muitas coisas que ainda desconheço e que há muito o que aprender.


7)        Cantar a música “Humildade” do Grupo Oficina de Arte:

Letra:


8)   Preparar uma salada de frutas junto com os Evangelizandos, e colocá-la em uma melancia previamente cortada como um porquinho da Fazenda, explicando que o trabalho humilde de todos picarem as frutas vai se transformar num lindo e delicioso regalo!

9)   Prece Final.
     
Subsídios para o Evangelizador:
Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.
            Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.
            O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente. (Ver cap.XVII, nº 9)
            O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.
Orgulho e Humildade
Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Orgulho: 4.1. Condição do Espírito Reencarnante; 4.2. Ter Vale Mais que Ser; 4.3. Apego aos Bens Materiais. 5. Humildade: 5.1. Os Pobres não Necessariamente são Humildes; 5.2. Uma só Coisa é Necessária; 5.3. O Verdadeiro Humilde. 6. As Orientações do Evangelho: 6.1. A Humildade como Virtude Esquecida; 6.2. Os Ricos Desconhecem as Necessidades dos Pobres; 6.3. O Evangelho Fundamenta-se numa Lei Científica. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que a humildade é o fundamento de todas as virtudes. Para isso iremos tratar do orgulho, da humildade e das orientações evangélicas a respeito do tema.
2. CONCEITO
Orgulho – Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez. Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba. É o sentimento da própria grandeza real, existente no íntimo de cada ser, mas transbordado ou desviado do seu verdadeiro curso.
Humildade. Do latim humilitas, de humilis = pequeno. Virtude que conduz o indivíduo à consciência das suas limitações. O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre. Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)
Rel. virtude cristã, oposta à soberba, muito recomendada por Jesus.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1) No Antigo Testamento fala-se muitas vezes em humilhar no sentido de oprimir, derrotar, abusar: assim, o faraó humilha os hebreus, o homem, a sua mulher e seus filhos.
2) No Novo Testamento Jesus dá-nos diversas recomendações sobre a humildade, virtude que se opõe ao orgulho.
3) Extraído do capítulo VII – Bem-Aventurados os Pobres de Espírito – de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Refere-se às instruções dos Espíritos.
4) O par de termo orgulho-humildade revela a polaridade do nosso pensamento. Precisamos partir do negativo para chegar ao positivo. Nesse mister, convém lembrar que todo o progresso nasce do que lhe é contrário. Com efeito, toda a formação é o produto de uma reação, assim como todo efeito é gerado por uma causa. Todos os fenômenos morais, todas as formações inteligentes são devidos a uma momentânea perturbação da inteligência. Nela há dois princípios subjacentes: um imutável, essencialmente bom, eterno; outro, temporário, momentâneo, simples agente empregado para produzir a reação de onde sai cada vez a progressão dos homens.
5) Há uma lei universal dos rendimentos decrescentes em que todo o excesso conduz ao seu contrário. No caso específico, o excesso de orgulho transforma-se em humildade e o excesso de humildade em orgulho.
4. ORGULHO
4.1. CONDIÇÃO DO ESPÍRITO REENCARNANTE
De acordo com os pressupostos espíritas, o Espírito, ao longo de suas inúmeras reencarnações, acaba escolhendo as situações que enveredam mais para o orgulho do que para a humildade. A razão é simples: há mais facilidade de se entrar pela porta da perdição, pelos prazeres da matéria. Em termos bíblicos, a opção pelo prazer começou com Adão e Eva. Naquela ocasião Eva, tentada pela serpente, comeu o fruto proibido e foi, juntamente com Adão, expulsa do Paraíso.
4.2. TER VALE MAIS QUE SER
O homem precisa possuir alguma coisa; o nada lhe amargura a vida. Por isso, a sigla de “doutor”, mesmo no meio espírita. Quantas não são as pessoas que se vangloriam de assim serem chamadas. Não é uma espécie de orgulho, de vaidade? Sempre que alguém quer saber algo a nosso respeito, não nos perguntam o que somos, mas o que temos, ou seja, profissão, bens, propriedades, religião etc. Em virtude disso, apropriamo-nos de alguma coisa, mesmo que essa coisa não nos satisfaça interiormente, pois isso nos dá uma certa segurança. Contudo, observe a mudança de comportamento daquelas pessoas que repentinamente ficam ricas, ou são escolhidas para ocupar uma posição de destaque. Geralmente o orgulho e a soberba assomam-lhe à cabeça. Já não tratam mais os seus como antigamente.
4.3. APEGO AOS BENS MATERIAIS
Conforme vamos adquirindo mais bens, mais ainda vamos desejando. De modo que a insaciabilidade dos desejos humanos induz-nos a procurar sempre mais, à semelhança daquele que consome droga. Este começa com pequenas quantidades; depois, tem que aumentá-las, pois o pouco já não satisfaz as suas necessidades. Quanto mais tem, mais necessidade fabrica. A necessidade acaba torturando a maioria dos seres viventes. Aliado à posse de bens materiais, há o medo: de que seremos roubados, de que não teremos o que comer etc.
5. HUMILDADE
5.1. OS POBRES NÃO NECESSARIAMENTE SÃO HUMILDES
Ao vermos uma pessoa mal vestida, de semblante sofrido e modo simples de se vestir, emprestamos-lhe as características de uma pessoa humilde. Contudo, o exterior nem sempre revela com segurança o interior de um indivíduo. É preciso verificar a essência de sua alma. Quando Jesus falava dos pobres de espírito, Ele se referia à humildade, pois há muitos pobres que invejam os ricos, de modo que eles são mais orgulhosos do que aqueles que possuem recursos financeiros em abundância.
5.2. UMA SÓ COISA É NECESSÁRIA
O Espírito Emmanuel, comentando o texto evangélico, diz-nos que uma única coisa é necessária para a evolução da alma: atender aos ensinamentos de Jesus. Quando o homem se compenetra dessa condição de servo do senhor, tudo o que está à sua volta toma outra feição.  Ele fala, ouve, age, discute, sofre, chora e ri como outro ser humano qualquer, mas o faz de forma civilizada, de forma ponderada, de forma equilibrada. Esta é a grande lição que os Espíritos benfeitores nos trazem.
5.3. O VERDADEIRO HUMILDE
O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é. São as pessoas ao seu derredor que acabam por descobri-lo. Para ele essa condição é tão natural que nem o percebe. Não é o que coloca um verniz por fora para esconder os defeitos interiores. O humilde coloca-se objetivamente dentro de sua capacidade, observando criteriosamente as suas limitações. Ele não importa saber quem é contra ou a favor, mas simplesmente atende a um chamado de ordem superior e segue o seu caminho com uma fé inquebrantável.
6. AS ORIENTAÇÕES DO EVANGELHO
6.1. A HUMILDADE COMO VIRTUDE ESQUECIDA
Jesus Cristo, quando esteve encarnado, deu-nos o exemplo da virtude, chegando a ponto de ordenar que amássemos os próprios inimigos. Dentre os seus vários ensinamentos, aquele que compara o Reino de Deus a uma criança, vem bem a calhar, pois evoca com firmeza o símbolo da humildade e da simplicidade. Não adianta conhecer profundamente a teologia e as mais altas concepções filosóficas. Se não nos fizermos humildes como as crianças – que são ingênuas e sem preconceitos – não entraremos no reino da verdade.
6.2. OS RICOS DESCONHECEM AS NECESSIDADES DOS POBRES
Há uma advertência dos Espíritos: “Oh, rico! Enquanto dormes sob teus tetos dourados, ao abrigo do frio, não sabes que milhares de teus irmãos, iguais a ti, estão estirados sobre a palha? A essas palavras teu orgulho se revolta, bem o sei; consentiras em dar-lhe uma esmola, mas a apertar-lhe a mão fraternalmente, jamais! ‘Que! Dizes, eu, descendente de um sangue nobre, grande na Terra, seria igual a esse miserável esfarrapado? Vã utopia de supostos filósofos! Se fôssemos iguais, por que Deus o teria colocado tão baixo e eu tão alto?’ É verdade que vosso vestuário não se assemelha quase nada; mas dele despojados ambos, que diferença haveria entre vós? A nobreza de sangue, dirás; mas a química não encontrou diferença entre o sangue do nobre e o do plebeu, entre o do senhor e o do escravo. Quem  te diz que, tu também, não foste miserável e infeliz como ele? Que não pediste esmola? Que não a pedirás àquele que desprezas hoje? As riquezas são eternas? Elas não se acabam com esse corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Oh! Volta-te humildemente sobre ti mesmo! Lança enfim os olhos sobre a realidade das coisas desse mundo, sobre o que faz a grandeza e a inferioridade no outro; lembra que a morte não te poupará mais que a um outro; que os títulos não te preservarão dela; que ela pode te atingir amanhã, hoje, numa hora; e se tu te escondes no teu orgulho, oh! Então eu te lastimo, porque serás digno de piedade” (Kardec, 1984, p. 107)
6.3. O EVANGELHO FUNDAMENTA-SE NUMA LEI CIENTÍFICA
Jesus deixou claro o alcance de sua Doutrina. O Evangelho é fundamentado numa lei científica: desprendimento dos bens materiais. Aquele que construir o seu destino, seguindo os exemplos de Cristo, terá como recompensa as bem-aventuranças do reino de deus. Não que devamos fazer isso ou aquilo esperando uma recompensa, mas pelo simples prazer de cumprir fielmente as determinações de nossa consciência. Há muitos exemplos de benfeitores anônimos, que auxiliam simplesmente pelo prazer de auxiliar. E por que fazem isso? Porque estão compenetrados dessa lei maior que une todos os seres humanos numa só entidade, a entidade humana. Para essas pessoas não há separação entre americano e chinês, budista e católico, branco e preto. Trata todos como irmãos como o Cristo nos ensinou.
7. CONCLUSÃO
Não nos iludamos com a subida inesperada do orgulhoso e as vantagens aparentes da riqueza. Estejamos firmes em nosso posto de trabalho, atendendo resignadamente às determinações da vontade de Deus a nosso respeito.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995. 

Paz e luz!
Laura


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aula: Sede Perfeitos - O Homem de Bem – Indulgência



Aula: Sede Perfeitos - O Homem de Bem – Indulgência
Turma: Jardim – Sala Joanna de Angelis
Bibliografia: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.17, 3 §§ 11º, 12º e 13º e 14º
I – Acolhida e Harmonização. Duração – no máximo cinco minutos.
1 – Exercício: Colocar um cd com música bem suave. Quando as crianças entrarem na sala, pedir para se postarem em círculo e fazerem o seguinte exercício: com todos em silêncio, murmurar o nome de duas crianças que, sem ruído, trocam de lugar enquanto os outros permanecem imóveis. Continuar até todos trocarem de lugar.
2 – Relaxamento:
3 – Respiração:
Obtido o relaxamento muscular, cada um passa a concentrar sua atenção na respiração, inspirando naturalmente, com a boca cerrada, retendo o ar um pouco e expirando, abrindo suavemente os lábios.
Este método de respiração, utilizado diariamente possibilita uma renovação orgânica e, em conseqüência, maior vitalidade.
  II. Prece.
 III. Atividades
1)        Pegar o “Baú do Tesouro” e colocá-lo no centro da mesa. Dizer: “Aqui está nosso baú do tesouro”, será que hoje vamos poder juntar mais bens espirituais aqui em nossa sala? Inquirir um a um sobre as virtudes cultivadas e boas ações praticadas durante a semana, preencher os coraçõezinhos com o nome de cada Evangelizando e o bem espiritual cultivado naquela semana, entregar para o mesmo colocá-lo no baú. Incentivá-los a continuar cultivando boas atitudes, bons pensamentos e boas palavras, a fim de promoverem a reforma íntima e “encherem” o Baú do Tesouro.

2)        Dinâmica:
Material: Bexiga, tiras de papel
Procedimento:
Os Evangelizandos deverão formar um círculo e o Evangelizador deverá apresentar um saco com um número determinado de bexigas dentro, previamente preparadas contendo em seu interior um tira de papel que terá uma palavra escrita para ser usada no final da dinâmica.
O Evangelizador dirá para o grupo que aquelas bexigas representam os vícios que enfrentamos no nosso dia-a-dia e  as virtudes que devemos cultivar para manter um comportamento cristão em todas as situações da nossa vida e distribuir uma bexiga para cada participante, que deverá enchê-la e aguardar as instruções.
A um sinal do Evangelizador cada Evangelizando começará a brincar com sua bexiga, jogando-a para cima e amparando-a com as diversas partes do corpo; depois todos brincam com todas as bexigas, sendo que todos juntos não devem deixar nenhuma bexiga cair, pois assim, quem deixar uma bexiga cair, terá sucumbido ao vício.
Aos poucos o Evangelizador pedirá para alguns dos participantes (um a um, aos poucos) deixarem sua bexiga no ar e sentarem; os restantes continuam no jogo, tendo que manter todas as bexigas no ar. Quando o Evangelizador perceber que quem ficou no centro não está dando conta de vencer todos os vícios, deverá pedir para que cada um segure uma bexiga e voltem ao círculo.
E então o Evangelizador pergunta:
1) a quem ficou no centro:  o que sentiu quando percebeu que estava ficando sobrecarregado de vícios?
      2) e a quem saiu: o que  sentiu?
Ele pedirá aos participantes que estourem as bexigas e peguem o seu papel. Um a um os Evangelizandos deverão ler a palavra e fazer um comentário para o grupo, sobre o que aquela palavra significa para ele. Depois, deverá procurar nos cartões colocados pelo Evangelizador previamente sobre a mesa a virtude que deve cultivar para combater aquele vício, apresentando-a para o grupo.
 Vícios:
Orgulho – egoísmo – vaidade – ira – inveja
Virtudes:
Humildade –  amor - caridade – mansuetude – justiça

3)        Contar a estória da mulher adúltera, com o auxílio de fantoches de rolo de papel higiênico:
Jesus estava em Jerusalém para participar de uma grande festa. Estava perto do Monte das Oliveiras, junto com seus discípulos, quando chegaram vários homens importantes arrastando uma mulher, que jogaram no chão, acusando-a de adultério.
Naquela época, em Jerusalém, a pena para a mulher adúltera era a morte por apedrejamento, uma morte violenta e muito dolorosa. Os fariseus, testando Jesus, lhe disseram:
- Rabi, essa mulher foi pega em adultério, o que faremos com ela?
Jesus pegou uma vara e começou a escrever com ela na areia. Depois de algum tempo, fitou aqueles homens nos olhos e lhes disse:
- Aquele eu não tiver pecado que atire a primeira pedra!
Aqueles homens, sentindo sobre eles o profundo olhar do Mestre, viram que Ele os conhecia no mais profundo de seu ser, sabia de todos os seus erros, que não eram poucos, e assim sentiram-se impedidos pela autoridade moral do Cristo de atirar a primeira pedra naquela pobre mulher equivocada, já que eles próprios possuíam incontáveis erros e equívocos em suas vidas.
Assim, um a um, foram se retirando dali, muito envergonhados.
Jesus continuara escrevendo e, ao levantar a cabeça, deparou-se com a mulher sozinha à sua frente, pois seus discípulos estavam ao seu lado e atrás de si. Perguntou então à mulher:
- Onde estão seus acusadores?
- Foram todos embora, Senhor.
Jesus então falou, com sua doce voz:
- eu tampouco te condeno. Vá e não peques mais.
Naquela noite a mulher procurou o Divino Mestre na residência onde estava hospedado. Contou-lhe de sua decepção com o marido, que tão logo casara-se com ela a abandonara à solidão para ir para festas e noitadas. Naquela noite a mulher procurou o Divino Mestre na residência onde estava hospedado. Contou-lhe de sua decepção com o marido, que tão logo casara-se com ela a abandonara à solidão para ir para festas e noitadas. Ela se sentira triste e só, e acabara sucumbindo ao  homem que a tratava como princesa e vivia a cobrindo de mimos. Agora, porém, arrependida, sabia que a conduta do marido não justificava seu erro. Contudo, desesperada, perguntou ao Mestre:
- O que farei agora, Senhor? Meu marido não irá me querer em nossa casa, tampouco meu pai vai aceirar-me novamente, depois de todo esse escândalo. Estou só e desamparada, o que farei?
O Mestre, tomado por compaixão pelas misérias humanas, olhou-a carinhosamente e disse:
- Minha filha, você aprendeu da forma mais dura que colhemos o que plantamos. O erro dos outros não justifica as nossas quedas. Agora é urgente que você proceda a uma profunda mudança em seus pensamentos, valores e comportamento. Aqui em Jerusalém, contudo, você será sempre conhecida como a mulher que desrespeitou os sagrados votos do matrimônio. Por mais que você consiga se erguer moralmente, a mancha que você mesma provocou em sua reputação lhe perseguirá para sempre.
Assim, a pobre muher, movida pela vontade de se recuperar, mudou-se para uma cidade chamada Tiro, onde passou a acolher peregrinos pobres e doentes, de quem cuidava com desvelo e carinho, anunciando a todos a boa-nova do Cristo. Sua vida passou a ser uma vida de amor e serviço ao próximo, e ela espalhava ao seu derredor, com pensamentos, palavras e práticas caridosas o verdadeiro Evangelho de Jesus. Passaram-se dez longos anos.
Um dia bateu à sua porta um pobre peregrino, coberto de chagas, já quase desfalecido pela doença, cansaço e fome.
A doce mulher acolheu-o, lavou suas feridas, tratou-as, deitou-o em leito pobre mas limpo, deu-lhe uma sopa reconfortante. Quando ele se sentiu melhor começou  a falar-lhe do Amor do Mestre Jesus. O rosto daquele homem riscou-se de raiva, e ele lhe disse:
- Não me fale desse homem, pois eu o odeio! A senhora sabe que há dez anos atrás minha mulher foi pega em adultério e levada a ele para que fosse julgada, e ele a absolveu e não teve sequer uma palavra para mim! Passado o tempo, porém, vi que minha conduta havia sido muito errada com minha mulher, e se ela me traíra com um homem eu a traíra antes com várias mulheres, e a abandonara à solidão de nossa casa. Eu venho procurando por ela durante todo esse tempo, sem encontrá-la, pois gostaria de lhe dizer que a perdôo, o pedir que ela também me perdoe.
A mulher sentiu uma imensa emoção, e deixado correr pelo rosto grossas lágrimas de emoção e alegria, deu-se a conhecer a seu marido, contando-lhe tudo o que acontecera desde que fora salva do apedrejamento e sobretudo daquela vida de equívocos pelo Mestre Jesus, e muito comovida, segurou suas mãos e lhe falou:
 - Deus é amor, e, Jesus, por isso mesmo nunca está longe daqueles que O querem e buscam. Agora durma em paz enquanto eu vigio, porque nós dois já O encontramos!”
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 Você pode usar os seguintes modelos para confeccionar os fantoches:



4)        Indagar e explicar para os Evangelizandos:

     a) Qual o significado da palavra adúltera na história?
     b)  Para que ocorra o adultério quantas pessoas têm que estar envolvidas? De quem é a responsabilidade? (De ambos). 
    c) Nessa passagem o esposo teve alguma responsabilidade? Sim. A maneira como se comportou logo após o casamento, deixando a esposa sozinha e saindo para as noitadas alegres com os amigos, fez com que ela se sentisse abandonada, solitária, não amada e acabasse permitindo a atenção de outro homem.             
   d) A atitude do esposo justifica a prática do adultério? Não e ela sabia disso. Não devemos justificar um erro (do esposo) com outro (da esposa).
   e) E nós como nos comportamos com os erros e defeitos dos outros? Somos os primeiros a acusar? Ficamos comentando os fatos?
   f) Que significa a frase de Jesus: “Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”? Não devemos julgar os outros mais severamente do que julgamos a nós mesmos. Não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem.
      g) Mostrar que tratamento dado às mulheres no tempo de Jesus era diferente da época atual: elas não poderiam voltar a viver com a família, eram discriminadas, não eram respeitadas e enfrentavam muitas dificuldades financeiras e afetivas; 
      h) Enfatizar  a mudança de atitude da mulher, após seu encontro com Jesus;
    i) Fazer com que as crianças percebam quão maravilhosa foi a oportunidade que ambos tiveram, na mesma reencarnação, de repararem os seus erros.


5)        Cantar a música “Indulgência” do Grupo Oficina de Arte:

Letra:
6)   Distribuir o desenho abaixo para as crianças colorirem:

             7)   Prece Final.
     
Subsídios para o Evangelizador:
 “ É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
            Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
            Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.
 Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.” (ESSE, cvap. 17, item 3, §§ 11º, 12º e 13º e 14º)
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A mulher equivocada
Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita – fevereiro/2004
         Seu nome não é citado nos Evangelhos, nem as tradições apostólicas o registraram de alguma forma que alcançasse os nossos dias.
         O evangelista João é o único a narrar seu encontro com Jesus, no capítulo 8 do seu Evangelho, nos versículos 2 a 11, portanto, deve ter sido testemunha ocular.
         As folhas do outono juncavam o chão. Terminadas estavam as festividades dos Tabernáculos, ou Festa das Tendas, considerada pelo povo de Israel a mais espetacular de todas as festas.
         Para a celebrar, cada família devia construir nos arredores de Jerusalém uma cabana de folhagens, na qual residiria por uma semana. As cabanas deviam relembrar aos filhos de Israel que Iavé os fizera morar nelas, quando saíram do Egito e peregrinavam pelo deserto. Dos rituais, fazia parte toda manhã, uma procissão de sacerdotes que descia o monte Moriá até a fonte de Siloé, acompanhada pelo povo, que levava palmas, ao som do shofar (longo chifre de carneiro que serve de trombeta). 
         Colhida a água em vaso de ouro, tornava a multidão a subir a colina do templo, onde os sacerdotes derramavam o líquido, misturado com vinho, no altar dos holocaustos.
         Jesus viera a Jerusalém para participar da Festa e permanecera, concluídas as festividades, pregando. Naquele dia, “Ele estava próximo à porta Nicanor, do lado leste do Templo, chegando pelo caminho do Monte das Oliveiras, acompanhado dos discípulos.” (1)
         Então, um grupo de fariseus, em meio a um grande alvoroço, lhe trouxe uma jovem mulher, aparentemente apanhada em flagrante adultério.
         Diga-se que, entre o povo de Israel, a definição de adultério não era a mesma para o homem e a mulher. O homem somente era acusado de adultério se tivesse relações com uma mulher casada ou noiva, porque, entendia-se, agredia outro homem. A mulher, adulterando, agredia o matrimônio.
         Suspeita de adultério, era submetida à prova da água amarga. Devia beber uma monstruosa bebida à base de pó apanhado no Templo. Se vomitasse ou ficasse doente, era considerada culpada. Surpreendida em flagrante, a pena era a morte, que igualmente era aplicada à mulher que fosse violada dentro dos muros da cidade, pois supunha a Lei que, dentro da cidade, se ela tivesse gritado por socorro, teria sido ouvida e socorrida.
         Os fariseus submetem a adúltera ao julgamento de Jesus. Em verdade, embora tivessem olhos de lince para todas as faltas do próximo, a questão daquela hora visava muito mais aproveitar o incidente para armar uma cilada ao Profeta de Nazaré do que zelar pela pureza do matrimônio.
         Eles a jogaram no chão e ela ali ficou, sem coragem sequer de erguer os olhos. Sabia que delinqüira e conhecia a penalidade. Sabia, igualmente, que ninguém dela se apiedaria. Ninguém, senão Ele.
         Enquanto a indagação dos fariseus aguarda uma resposta do Rabi, sobre a pecadora, Ele se inclinou e traçou na areia do pavimento caracteres misteriosos.
        Que escreveria Ele? O nome do cúmplice que se evadira? O nome do marido que, ferido no orgulho, permitia fosse sua esposa tão vilmente tratada? 
         Narram diversos intérpretes do texto evangélico, que Ele grafava a marca moral do erro de cada um. Curiosos, os que ali esperavam a sentença de morte, para se extasiarem no espetáculo de sangue e impiedade, podiam ler: ladrão, adúltero, caluniador... Em síntese, as suas próprias mazelas morais.
         Crescia a expectativa. Jesus se ergueu, percorreu o olhar perscrutador pela turbamulta dos acusados, que sentiu atingir-lhes a intimidade, e disse tranqüilamente: “Aquele dentre vós que estiver sem erro, atire-lhe a primeira pedra.”
         Em silêncio, os circunstantes se afastaram, um a um, a começar pelos mais velhos. “Sim, os mais velhos trazem maior soma de empeços e problemas, remorsos e azedumes...” (1)
         No meio da indecisão geral, Jesus tornou a traçar na areia sinais enigmáticos. Quando o silêncio se fez, Ele se levantou. Ali estava a mulher à espera do seu castigo. Se todos os demais haviam partido, ela devia esperar da parte dEle a sentença e a execução. O Divino Pastor considerou a fragilidade do ser humano e, compadecido com suas misérias morais, lhe disse: “Mulher, onde estão aqueles que te acusavam? Ninguém te condenou?” “Ninguém, Senhor” - ousou responder à meia-voz. Então, em vez do sibilar mortífero das pedras, ela ouviu as palavras do perdão e da vida: “Nem eu tão pouco te condeno: vai e não tornes a pecar!”
         As anotações evangélicas se resumem ao episódio. Contudo, o espírito Amélia Rodrigues nos conta que, naquela noite, a equivocada procurou o Mestre, na residência que O acolhia.
         Falou da fraqueza que a dominara, nos dias da mocidade, sentindo-se sozinha. O esposo, poucos dias após o matrimônio, retomara as noitadas alegres e despreocupadas junto dos amigos. Ela se sentira carente e cedera ao cerco do sedutor, que a brindava com atenção e pequenos mimos.
         Nada que a desculpasse, reconhecia. E agora, consumada a tragédia, para onde iria? O esposo não a receberia, após o espetáculo público. Também não poderia contar com a proteção paterna, porque fora levada à execração pública, não simplesmente recebendo uma carta de repúdio, o que poderia servir até como indenização ao seu pai, pois o marido que assim procedesse deveria devolver uma parte do dote da noiva ao sogro.
         Não havia lugar para ela em Jerusalém.Que seria dela, só e desprotegida?
         O Mestre lhe acenou com horizontes de renovação, discorrendo sobre a memória do povo que é duradoura para com as faltas alheias. Ela sentiu, nas entrelinhas, que deveria buscar outras paragens, lugares onde não a conhecessem, nem o drama que acabara de viver.
         Na despedida, Jesus a confortou: “...Há sempre um lugar no rebanho do amor para as ovelhas que retornam e desejam avançar. Onde quer que vás, eu estarei contigo e a luz da verdade, no archote do bem brilhará à frente, clareando o teu caminho.”
         Dez anos passados e ei-la, em Tiro, em casa humilde, onde recebe peregrinos cansados e enfermos sem ninguém. Um pouso de amor ela erguera ali.
         Não esquecera jamais daquele entardecer e da entrevista noturna. Tornara-se uma divulgadora da Boa Nova. De seus lábios brotavam espontâneas as referências ao Doce Rabi, alentando as almas, enquanto limpava as chagas dos corpos doentes.
         Foi em um cair de tarde que lhe trouxeram um homem quase morto. Ela o lavou e pensou-lhe as chagas. Deu-lhe caldo reconfortante e tão logo o percebeu aliviado das dores, lhe ofereceu a mensagem de encorajamento, em nome de Jesus.
         Emocionado, confessa ele que conhecera o Galileu, num infausto dia, em Jerusalém. Odiara-O, então, porque Ele salvara a mulher que adulterara, a sua esposa, mas não tivera para com ele, o ofendido, nenhuma palavra.
         O tempo lhe faria meditar em como se equivocara em seu julgamento. Confessa que, desde algum tempo, vinha buscando a companheira, procurando-a em muitos lugares, sem êxito. Até que a doença lhe visitara o corpo, consumindo-lhe as energias.
         “Embargada pelas emoções em desenfreio, naquele momento, a mulher recordou-se da praça e do diálogo, à noite, com o Mestre, um decênio antes, reconheceu o companheiro do passado e sem dizer-lhe nada, segurou-lhe a mão suavemente e o consolou: ...Deus é amor, e, Jesus, por isso mesmo nunca está longe daqueles que O querem e buscam. Agora durma em paz enquanto eu velo, porquanto, nós ambos já O encontramos...” (2)
Bibliografia:
01. FRANCO, Divaldo Pereira. Atire a primeira pedra. In:___. Luz do mundo. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1971. cap. 13.
02. ______. Encontro de reparação. In:___. Pelos caminhos de Jesus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1988. cap. 15.
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Atire a Primeira Pedra (Portal do Espírito) Sergito de Souza Cavalcanti
A tendência do homem é acusar e condenar os outros ao invés de olhar para seus próprios defeitos. É colocar-se numa atitude de superioridade e do alto de seu orgulho, apontar pecados alheios e pedir para eles a sentença da condenação. Ouve-se por aí: os outros estão errados, nós é que estamos certos.
Quem somos nós para julgar os outros? Para apedrejá-los com nossas acusações descaridosas? Deixemos à Deus o julgamento e aprendamos do próprio exemplo de Jesus a condenar o pecado e salvar o pecador.
Quando alguns fariseus e escribas repletos de ódio e despeito acusaram a mulher adúltera exigindo seu apedrejamento, o Mestre ergue-se e diz: “O que está puro entre vós atire a primeira pedra”(Jo 8:7). Com essa postura devolve a eles o julgamento da mulher adúltera. A lei de Moisés previa o apedrejamento da mulher flagrada em adultério. A indagação daqueles fariseus se deviam ou não apedrejar a adúltera era uma autêntica cilada. Se o Mestre sentenciasse: “Podem apedrejá-la”, estaria negando todos os ensinos misericordiosos de sua doutrina. No entanto, se dissesse: “Não devem matá-la”, seria imediatamente acusado perante às autoridades como desrespeitador da Leis Mosaicas, o que na época constituía-se em falta grave e verdadeira heresia. A cilada estava preparada. A trama estava bem urdida, o plano tinha requintes de astúcia e não podia falhar. Aparece, então, a sabedoria do Mestre Divino: nem manda que eles cumpram a lei e apedrejem a mulher e nem se coloca contra a lei, condenando a lapidação. Em vez dessas duas alternativas, a primeira vista inevitáveis, lança-lhes um desafio: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”(Jo 8:7).“E eles se foram retirando envergonhados um a um, a começar pelos mais velhos” (Jo 8:8)
Quanto mais evoluído é um espírito, tanto maior é sua capacidade de perdoar. Quando perdoamos e amamos somos envolvidos pelo amor, quando não perdoamos e odiamos, somos envolvidos pelo ódio. É uma lei imutável. Se semearmos perdão, colheremos tolerância. Reprovar infelizmente é a ação que mais praticamos. Condenar, torna-se mais fácil que ser solidário. Aceitar o erro como um possível caminho para o acerto é muito difícil, no tribunal injusto de nossa personalidade egoísta. Nossa tendência é sempre ver o erro nos outros e nunca em nós mesmos. Ao invés de acusar, deveríamos estar prontos para entender a fraqueza de nosso semelhante, pois também, nós muito erramos. Conforme o próprio Cristo afirmou: “Quem tiver sem pecado, que atire a primeira pedra” (Jo 8:7)

Paz e luz!
Laura

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